Nosso principal sistema de imunização nacional ocorre por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). E sabia que o estudo para o desenvolvimento de vacinas acontece há mais de dois séculos?
No século X, na China, foram registradas as primeiras evidências da utilização de vacinas, provavelmente no combate à varíola. O curioso é que o método utilizado na época era bem diferente do que conhecemos atualmente. Acreditem: eles processavam as “casquinhas” das feridas e espalhavam nos ferimentos dos enfermos. Esse método ficou conhecido como variolação.
No Brasil, a vacina antivaríola chegou em 1804, trazida pelo Marquês de Barbacena. Décadas mais tarde, a imunização contra a varíola tornou-se obrigatória para crianças (1837) e adultos (1846). Porém, a lei só passou a ser cumprida no ano de 1904, com a intervenção do médico sanitarista Oswaldo Cruz, o que não agradou a população, dando origem à Revolta da Vacina no Rio de Janeiro.
Em 1966, o Brasil criou a Campanha da Erradicação da Varíola, que tinha como objetivo principal o extermínio da doença. Esse propósito foi atingido com cerca de 100% da população vacinada, contribuindo para que o último caso da doença ocorresse em 1971. Nesse período, a humanidade viveu um acontecimento inédito: a total erradicação de um vírus em uma localidade.
Já na década de 1970, houve a implementação do Programa Nacional de Imunizações (PNI), assim como a realização de campanhas nacionais de vacinação contra o sarampo e a meningite meningocócica em diversos estados brasileiros. No mesmo período, em 1977, foi concedida a aprovação do modelo da Caderneta de Vacinações, válida em todo o território nacional. Hoje, a caderneta de vacinação está dentro da caderneta infantil e todas as crianças nascidas no Brasil recebem uma gratuitamente!
O nosso querido e famoso Zé Gotinha foi criado, em 1986, pelo artista Darlan Rosa. Sem sombra de dúvidas, uma ótima “ferramenta” para auxiliar na divulgação das campanhas de vacinação e que permanece no imaginário social até os dias de hoje. Não dá para negar o quanto ele faz parte das nossas vidas, não é mesmo?
No ano de 1999, houve a primeira Campanha Nacional Contra a Gripe, que, em um primeiro momento, foi destinada para uma população acima de 65 anos, mas ampliando seu público alvo logo em seguida. Hoje em dia, ela continua firme e forte, com a sua última campanha tendo ocorrido em 2021 e a próxima começará em breve.
Desde o final de 2019 convivemos com a pandemia de COVID-19, uma doença infecciosa causada pelo vírus SARS-CoV-2. Os primeiros casos notificados ocorreram em Wuhan, na China, e rapidamente se espalharam pelo mundo todo. No Brasil, tivemos o primeiro caso notificado em fevereiro de 2020. Desse modo, houve uma corrida para a criação de uma vacina para essa doença!
A imunização no Brasil, apesar de turbulenta inicialmente com a demora da entrega dos imunizantes, foi se encaminhando bem. Realizada por meio de uma campanha das secretarias estaduais com o Ministério da Saúde, ela alcançou grande parte da população, com 66,74% (dado de 23/12/2021)* tendo tomado duas doses. Esperamos que você já tenha tomado a vacina e esteja de olho na dose de reforço também, hein! (E, se ainda não tomou, o que está esperando? Corre agora para o posto!)
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*Dado de: https://coronavirusbra1.github.io/
Revisão técnica: Dra. Camila Ribeiro – UFRJ
Para saber mais:
Primeira Ilustração do Zé Gotinha – Por Iconografia da História
Evolução da vacina no Brasil. Por Correio Braziliense
História da caderneta de saúde da criança
Vacinação no Brasil: história da vacina. Sanofi Conecta
Artigo: Varíola e vacina no Brasil no século XX: institucionalização da educação sanitária
Artigo: Erradicação da varíola há 50 anos no Brasil adotou técnicas usadas até hoje
Valeu demais! Eu usei para fazer um trabalho de geografia sobre a tecnologia e as mudanças sociais.