O meio ambiente se transforma todos os dias pela ação do homem, mas também pela ação da própria natureza. Esses processos de transformações naturais podem ser de grandes proporções, como a ação de um tornado, vulcão, terremoto, tsunami, mas também mais sutis à nossa vista, como uma semente que vira uma planta ou um girino que vira um sapo.
E, quando se trata de zoologia, existe uma transformação natural e super importante chamada metamorfose. Um processo biológico no qual certos animais apresentam mudanças em sua forma, em uma sucessão regular, do nascimento à idade adulta. Ah! Mas isso não afeta apenas a sua fisionomia, não! Também há mudanças no seu comportamento e estilo de vida. São verdadeiras metamorfoses ambulantes!
É só falar em metamorfose que a gente lembra logo das borboletas (e do Raul Seixas!), não é mesmo? Ô bichinha que muda!
A borboleta é um dos insetos que sofrem metamorfose completa. A transformação desses animais ocorre em quatro estágios: o do ovo, da larva, da pupa e o adulto.
1º estágio: O ciclo começa com os ovos, postos pela borboleta, geralmente, em folhas, flores, galhos e troncos de plantas. Esse período dura de alguns dias até um mês. Um mecanismo no corpo do inseto pode fazer o embrião de algumas espécies permanecer em dormência (diapausa) no ovo até que as condições do clima e do crescimento da planta onde está se tornem favoráveis.
2º estágio: Os ovos se transformam, então, em larvas (lagartas). Essas apresentam aparelho bucal mastigador e são, em geral, herbívoras. Nessa fase, com duração de meses até mais de um ano, o animal come mais para crescer e guardar energias e garantir a sobrevivência na próxima fase de desenvolvimento.
3º estágio: Após se alimentar de maneira adequada e crescer o suficiente, inicia-se a fase de transformação, com a formação da crisálida (ou pupa). Costumamos chamar de casulo, mas casulo é uma estrutura externa, geralmente de seda, que só algumas espécies produzem. Nessas espécies que fazem casulo, a crisálida (ou pupa) fica protegida dentro dessa estrutura. Super protegidas, né?! Nesse período, o animal não mais se alimenta até que seu corpo seja completamente reorganizado e adquira a forma adulta. É nessa terceira fase que acontecem as grandes mudanças.
Quando a borboleta está pronta, rompe a crisálida e estica as asas, dando aquela espreguiçada!
4ª estágio: Nessa fase, o animal não mais se alimenta, por exemplo, de folhas, como na fase de lagarta, possuindo um aparelho bucal sugador adaptado à ingestão de líquidos. O adulto, geralmente, se alimenta de néctar e pólen, mas também pode se alimentar de líquidos de frutos fermentados, excretas de animais, resinas vegetais ou, até mesmo, de sangue! Isso mesmo! Aposto que essa você não sabia!!! Há também espécies que sequer se alimentam no estágio adulto e vivem inteiramente das reservas feitas durante o estágio de larva. Incrível, não mesmo? Nessa fase adulta da borboleta, observa-se um animal alado, que se difere de uma espécie para outra, principalmente, em razão do padrão de cores de suas asas. É durante essa fase, que dura de alguns dias, que ocorre a reprodução.
Existem cerca de 18 mil espécies de borboletas em todo o mundo. Elas são encontradas em, praticamente, todas as regiões do planeta, com exceção das regiões glaciais. No Brasil, há pelo menos 3.100 espécies diferentes desses insetos, dá para acreditar?
O corpo da borboleta é muito leve, as asas são simétricas e muito largas, mas, mesmo assim, ela consegue pousar na flor aberta, de onde suga o néctar adocicado.
No jardim da Casa da Ciência, temos muitas borboletas lindas! Uma delas foi uma das protagonistas de uma publicação comemorativa dos nossos 25 anos.
Quer conhecer?
E que tal montar um quebra-cabeça dessa borboleta?
As borboletas, assim como outros insetos, são animais muito importantes para a manutenção dos ecossistemas. Elas atuam como polinizadores, transferindo o grão de pólen de uma planta para outra, garantindo sua fecundação.
Agora que já despertamos nossa curiosidade sobre as borboletas e sua metamorfose. Que tal transformar uma folha de papel em uma linda borboleta?
Isso mesmo! Através da arte oriental do origami, podemos criar esculturas a partir de dobraduras com papel, inclusive uma borboleta.
A palavra vem dos termos em Japonês ORI: dobrar e KAMI: papel, e o grande desafio é montar diferentes objetos a partir de uma única folha quadrada! Não vale cortar nem colar!
Os estudiosos acreditam que a arte do origami teve a sua origem pouco depois da invenção do papel. Os primeiros registros do surgimento do papel vêm da China, no ano de 105 d.C. Assim, acredita-se que, a partir do século VII, monges budistas chineses teriam levado o papel e as técnicas de dobradura para outros países do Oriente, entre eles, o Japão.
Uma das coisas mais legais no origami é poder experimentar a geometria em suas mãos! Isso porque, ao realizar as dobraduras, transformamos o papel quadrado em retângulos, triângulos e losangos… até chegar à borboleta!
Curtiu? Então, vem com a gente nessa aventura geométrica entre os mundos plano e tridimensional, transformando um papel em uma linda borboleta!
Faça você mesmo: Origami de borboleta
Você vai precisar de:
- uma folha de papel quadrada
Agora que já pegou o jeito, que tal fazer muitas outras borboletas de cores variadas? Você pode também pintar as asas da sua borboleta, deixando-a única! Lembre-se: as asas das borboletas podem variar as cores e os desenhos, mas elas são sempre simétricas! O que vemos em uma asa, sempre aparece igualzinho na outra.
Ah! Você pode até criar um móbile, usando nylon e miçangas de alguma bijuteria antiga. Olha que ótima oportunidade de reaproveitar materiais em casa.
Você vai precisar passar o nylon com muito cuidado pela borboleta, acrescentar as miçangas e outras borboletas. Aproveite para enfeitar a sua casa ou presentear alguém!
Para saber mais: