Imagem de fundo roxo, com o texto em letras roxas e fundo branco: "Diversidade na ciência".

Diversidade na Ciência!

A inclusão de pessoas de diferentes origens étnicas, culturais, de gênero, socioeconômicas e de habilidades na comunidade científica traz uma série de benefícios para a ciência e para a sociedade como um todo, tais como abordagens inovadoras para problemas complexos e soluções criativas. A ciência deve representar a sociedade que serve. Quando a comunidade científica é mais diversificada, é mais provável que as questões relevantes para diferentes grupos sejam pesquisadas e abordadas. A falta de diversidade na ciência pode perpetuar desigualdades sociais.

Promover a diversidade é um passo importante em direção a uma ciência mais equitativa e justa. A visibilidade de cientistas de diversas origens pode inspirar jovens de comunidades sub-representadas a seguir carreiras científicas, servindo de inspiração para futuras gerações. A promoção da diversidade na ciência ainda enfrenta desafios, como preconceito, discriminação, estereótipos e barreiras estruturais. É importante que instituições científicas e a sociedade em geral trabalhem para superar esses desafios.

Que tal conhecer pessoas incríveis que desenvolvem trabalhos super bacanas na área da física e são representantes da diversidade na exposição “Se liga, são elas na Física!”? Confira a seguir, um pouco sobre cada uma delas:

Fotografia de Zelia Maria Ludwig, num fundo amarelo circular estilizado e com seu nome escrito ao lado, em letras brancas num fundo também amarelo.

Zélia Maria Da Costa Ludwig nasceu em 22 de abril de 1968, na cidade de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro. Filha de um torneiro mecânico e de uma dona de casa, foi incentivada pelo seu pai, costumava folhear revistas de eletrônica lendo sobre componentes eletrônicos e como montar circuitos elétricos. Em 1989, graduou-se em Física pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, fez mestrado no IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), na Universidade de São Paulo (USP), onde obteve o título em 1994. No doutorado, ela vislumbrou a possibilidade de trabalhar com novos materiais, bem como a alteração de suas propriedades para aplicações específicas. Em 2000, obteve seu título de doutorado e, em 2002, conquistou mais um diploma de graduação, no Instituto de Física da USP. Em 2007, Zélia Ludwig entrou na Universidade Federal de Juiz de Fora como professora visitante. Dois anos depois, tornou-se professora efetiva da instituição, onde trabalha até hoje.

Fonte: Faustino (2020).

Fotografia de Marcele Soares Santos, num fundo circular estilizado na cor rosa e com seu nome escrito ao lado, em letras brancas num fundo também rosa.

Marcelle Soares nasceu em Vitória, no estado do Espírito Santo, em 1983. Aos quatro anos mudou-se com a família para o Pará, onde cresceu e estudou. Com o tempo, adquiriu um grande interesse pela área de Física, especialmente após ingressar na Escola Técnica Federal, onde recebeu muito apoio de professores e familiares para dar prosseguimento aos seus estudos.

Em 2004, Marcelle conseguiu seu primeiro título de bacharel em Física pela Universidade Federal do Espírito Santo. Mais tarde, concluiu o mestrado e o doutorado na área da Astronomia e Cosmografia, respectivamente, a partir de suas pesquisas sobre ondas gravitacionais e aglomerados de galáxias. Com a conclusão de seu doutorado em 2010, mudou-se para os Estados Unidos para um estágio de pós-doutorado no Fermilab (Fermi National Accelerator Laboratory), onde acompanhou e participou da projeção de um dos maiores detectores de luz do mundo, utilizado no mapeamento de galáxias no projeto Dark Energy Survey. Devido aos seus conhecimentos e experiência prévia na área, Marcelle logo foi efetivada como pesquisadora da instituição.

No ano de 2014, Marcelle obteve seu primeiro grande destaque no meio acadêmico mundial, quando recebeu o Prêmio Alvin Tollestrup, feito anualmente pela Associação de Pesquisa Universitária. Em 2017, foi a única brasileira entre os 16 líderes de um grupo de pesquisa a anunciar, durante uma entrevista à National Science Foundation, a primeira observação da luz emitida por uma colisão de estrelas de nêutrons, a 1 bilhão de anos-luz de distância do planeta Terra. Essa observação somente foi possível devido à captação prévia das ondas gravitacionais emitidas pela colisão, que alertou os cientistas sobre o fenômeno e os permitiu procurar, por meio do telescópio NOAO, o mesmo que Marcelle ajudou a construir, a luz que se originou desta colisão. Essa observação também tem ajudado Marcelle e diversos outros pesquisadores a compreender melhor e estudar a teoria do Universo em expansão, a partir da análise da energia escura.


Ainda em 2017, passou a lecionar na Universidade de Brandeis, em Boston, e, no ano de 2019, foi reconhecida pela Fundação Alfred P. Sloan como uma das melhores jovens cientistas na ativa e como parte da “vanguarda de cientistas do século XXI”.

Fonte: Museu Catavento

Fotografia de Katemari Rosa, num fundo circular estilizado em roxo e com seu nome escrito ao lado, em letras brancas num fundo também roxo.

Katemari Rosa é professora no Instituto de Física da UFBA, onde coordena o projeto “Contando nossa história: Negras e Negros nas Ciências, Tecnologias e Engenharias no Brasil”, uma iniciativa para mapear cientistas negras e negros no país. A pesquisadora da área de Ensino de Física é integrante do grupo Sapa Cientista (@LBsTem) e do DICCINA, o Grupo de Pesquisa Diversidade e Criticidade nas Ciências Naturais. Além disso, é uma aficcionada da impressão 3D e suas diversas possibilidades de conexões criativas nas ciências.

Fonte: Sociedade Brasileira de Física

Fotografia de Eder Pires de Camargo, num fundo circular estilizado em azul claro e com seu nome escrito ao lado, em letras brancas num fundo também azul claro.

Eder Pires de Camargo é Livre Docente em ensino de física pela Universidade Estadual Paulista, Júlio de Mesquita Filho, Campus de Ilha Solteira (2016) e Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (2005). Possui graduação em Licenciatura em Física (1995), mestrado em Educação para a Ciência (2000) e Pós-doutorado (2006) pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Campus de Bauru.

É Docente do Departamento de Física e Química da UNESP de Ilha Solteira. É credenciado Junto aos programas de Pós-graduação em Educação para a Ciência da Faculdade de Ciências da UNESP de Bauru e Interunidades em Ensino de Ciências, Área de Concentração: Ensino de Física, da Universidade de São Paulo (USP) Zona Leste.

Orienta trabalhos relacionados ao ensino de ciências e à inclusão de alunos público alvo da educação especial. Na graduação, leciona disciplinas tanto para os cursos de Licenciatura em Física, Matemática e Biologia, bem como, para os cursos de Engenharia. Na pós-graduação, leciona disciplinas relacionadas à inclusão escolar de alunos com deficiências. Coordena o grupo de pesquisa Ensino de Ciências e Inclusão Escolar e tem experiência no campo da Educação, com ênfase em Ensino de Ciências, atuando principalmente no tema: ensino de física para alunos com deficiência visual.

Fonte: Currículo lattes

Fotografia de Rita de Cássia dos Anjos, num fundo circular estilizado na cor rosa e com seu nome escrito ao lado, em letras brancas num fundo também em rosa.

Os raios cósmicos representam um dos maiores mistérios da ciência. Embora sejam um fenômeno frequente, os físicos ainda não conseguem explicar a origem desses eventos, embora já possam descrever várias de suas características. Rita de Cássia dos Anjos é uma cientista que quer mudar esse cenário. Graduada em física biológica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, ela também é mestre e doutora em física pela Universidade de São Paulo, além de pós-doutora pelo Centro Harvard-Smithsonian para Astrofísica. A grande inspiração de Rita foi a mãe, que fez questão de insistir na importância de descobrir como o mundo funciona. Fora do laboratório e das salas de aula na Universidade Federal do Paraná, Rita gosta de pedalar pela cidade muito cedo, enquanto a maioria das pessoas ainda está dormindo.

Fonte: Serrapilheira

Fotografia de Vivian Miranda, num fundo circular estilizado na cor roxa e com seu nome escrito ao lado, em letras brancas num fundo também em roxo.

Nascida no Rio de Janeiro, Vivian Miranda é a única brasileira a integrar um projeto com a Nasa que desenvolve um satélite avaliado em US$ 3,5 bilhões (R$ 13 bilhões). Mas, as conquistas dela vão além. Vivian é também a primeira transexual a fazer pós-doutorado em astrofísica na Universidade do Arizona, onde atualmente trabalha com pesquisa.

O projeto, denominado WFirst, tem previsão de lançamento para 2025 e deve ficar cinco anos no espaço, em um ponto localizado atrás da Lua, capturando imagens. “Eu faço estudos que simulam como o satélite pode ter mais potencial de descobertas. Integro um grupo de pesquisa liderado pelo físico Adam Riess, ganhador do Nobel de 2011.

Vivian tem muito orgulho do nome e onde chegou. “Hoje me chamo Vivian, sou pesquisadora do departamento de astrofísica da Universidade do Arizona, e única brasileira em um projeto com a Nasa para construção de um satélite”, ressalta.

Fonte: Sistema Mineira do Inovação

Fotografia de Alan Alvez Brito, num fundo circular estilizado em azul claro e com seu nome escrito ao lado, em letras brancas num fundo também azul claro.

Professor e pesquisador na Universidade Federal do Rio Grande do Sul desde 2014, o astrofísico Alan Alves Brito coordena duas iniciativas. A primeira, “Akotirene: Kilombo Ciência”, busca aumentar a participação de mulheres negras na ciência. Surgiu em 2018 como parte do edital “Elas nas Exatas” –parceria do Instituto Unibanco, Fundo ELAS, Fundação Carlos Chagas e ONU Mulheres. Mesmo com o fim do edital, que durou um ano, o trabalho continua sob sua coordenação e das matriarcas do Morada da Paz, quilombo localizado no município de Triunfo, interior do estado.

Por meio da “pedagogia do encantamento”, o projeto constrói um lugar onde aprender e ensinar se mesclam nas tradições do pensamento africano. Os orixás, divindades da religião iorubá, também são os professores, pois ensinam sobre a natureza e a ancestralidade.

Já o “Zumbi Dandara dos Palmares” é um projeto de pesquisa aplicada que mobiliza uma equipe de professores e pesquisadores de diferentes áreas, sob a coordenação de Brito. A ideia é ambiciosa. “Engloba movimentos sociais, a Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul e 15 escolas –metade delas recebe estudantes dos quilombos urbanos, situados em Porto Alegre, e a outra metade em territórios quilombolas espalhados pelo estado”, diz. O trabalho, que deve durar 18 meses, propõe a elaboração de políticas públicas que abracem a pauta da equidade racial.

Por meio do currículo de ciências da natureza, ele trabalha a etnoastronomia e explora a relação cultural e milenar com os astros. Sua intenção é construir o conhecimento ancorado nos saberes populares dos quilombos, “historicamente inviabilizados por conta do racismo estrutural”, comenta Brito.

O astrofísico ressalta o constante diálogo da astronomia com diversas áreas do conhecimento. Para responder a perguntas sobre, por exemplo, o surgimento das estrelas, precisamos da física para entender o processo da gravidade, e da química para explicar as estruturas moleculares. “A astronomia atrai estudantes de todas as idades. As pessoas são curiosas, querem entender como tudo se formou, o que são galáxias, o que são estrelas. Ela fomenta essa curiosidade científica”, diz Brito.

E mais: a astronomia humaniza os processos da ciência ao nos dar a perspectiva de que todos somos cidadãos e cidadãs do cosmos. “Ela nos traz essa responsabilidade de cuidar do planeta Terra, nessa relação intrínseca do sujeito com a natureza.”

Fonte: Folha de São Paulo

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