Olá, professor(a)!
No Brasil, no dia 5 de agosto é celebrado o Dia Nacional da Saúde, uma data dedicada a conscientizar as pessoas sobre a importância da educação sanitária e de adotar um estilo de vida saudável. Esse dia foi escolhido em homenagem a Oswaldo Gonçalves Cruz, médico e sanitarista brasileiro, nascido em 5 de agosto de 1872.
Para comemorar essa data tão importante, preparamos esse post com algumas informações sobre a história de Oswaldo Cruz e, ao final, algumas sugestões de como trabalhar esse tema em sala de aula!
Oswaldo Cruz desempenhou um papel crucial na história do combate e erradicação de epidemias como a febre amarela, peste bubônica e varíola no Brasil. Ele fundou o Instituto Soroterápico Federal em 1900, que posteriormente se tornou o Instituto Oswaldo Cruz em 1908.
Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1892, Oswaldo Cruz apresentou sua tese de doutorado intitulada “A vehiculação microbiana pelas águas”. Antes mesmo de concluir o curso, ele já havia publicado dois artigos sobre microbiologia na revista Brasil Médico.
Devido ao seu interesse pela microbiologia, ele montou um pequeno laboratório em sua casa. No entanto, a morte de seu pai no mesmo ano de sua formatura, interrompeu temporariamente seus estudos. Dois anos depois, ele começou a trabalhar na Policlínica Geral do Rio de Janeiro, a convite de Egydio Salles Guerra, que se tornaria seu amigo e biógrafo. Lá, ele foi responsável pela montagem e chefia do laboratório de análises clínicas. Em 1897, Oswaldo Cruz viajou para Paris, onde passou dois anos estudando microbiologia, soroterapia, imunologia no Instituto Pasteur, e medicina legal no Instituto de Toxicologia.
Após dois anos, o jovem bacteriologista assumiu a direção do Instituto e trabalhou para expandir suas atividades além da fabricação de soro antipestoso, incluindo pesquisa básica aplicada e formação de recursos humanos. No ano seguinte, ele se tornou diretor-geral de Saúde Pública.
Oswaldo Cruz enfrentou o desafio de combater as principais doenças da capital federal na época, como a febre amarela, peste bubônica e varíola. Para isso, adotou métodos como o isolamento dos doentes, a notificação compulsória de casos positivos, a captura de vetores como mosquitos e ratos, e a desinfecção de áreas afetadas. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal como base para apoio técnico-científico, lançou campanhas de saneamento e, em poucos meses, a incidência de peste bubônica diminuiu devido à eliminação dos ratos, que transmitiam a doença através de pulgas.
Durante o combate à febre amarela, Oswaldo Cruz enfrentou diversos problemas. Muitos médicos e pessoas acreditavam que a doença era transmitida pelo contato com roupas, suor, sangue e secreções de doentes. No entanto, Oswaldo Cruz acreditava em uma nova teoria: a febre amarela era transmitida por mosquitos. Ele suspendeu as desinfecções, método tradicional de combate à doença, e implementou medidas sanitárias com brigadas que percorriam casas, jardins, quintais e ruas para eliminar focos de insetos. Sua atuação provocou uma violenta reação popular.
Em 1904, durante o ressurgimento de surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população. No entanto, os jornais iniciaram uma campanha contra essa medida. O congresso protestou e a Liga contra a vacinação obrigatória foi organizada. Em 13 de novembro, uma rebelião popular eclodiu e, no dia seguinte, a Escola Militar da Praia Vermelha se revoltou. O governo conseguiu reprimir a rebelião, que durou uma semana, mas suspendeu a obrigatoriedade da vacinação. Mesmo assim, em 1907, a febre amarela estava erradicada no Rio de Janeiro. Em uma nova epidemia de varíola em 1908, a própria população buscou os postos de vacinação.
A luta de Oswaldo Cruz contra as doenças ganhou reconhecimento internacional em 1907, quando ele recebeu a medalha de ouro no 14º Congresso Internacional de Higiene e Demografia em Berlim, na Alemanha, pelo trabalho de saneamento realizado no Rio de Janeiro. Ele também reformou o Código Sanitário e reestruturou todos os órgãos de saúde e higiene do país.
Oswaldo Cruz faleceu em 11 de fevereiro de 1917, aos 44 anos, devido à insuficiência renal.
O Dia Nacional da Saúde, então, foi estabelecido pela Lei nº 5.352/1967. As ações realizadas nesse dia têm como objetivo despertar valores relacionados à saúde, que vai além da mera ausência de doenças. Está diretamente relacionada a uma verdadeira qualidade de vida no dia a dia da população. Ser saudável depende de uma série de fatores físicos e mentais, que devem fazer parte da rotina de todos, como uma alimentação saudável, priorizando alimentos frescos em vez de processados e ultraprocessados, ingestão adequada de água, prática de atividades físicas, lazer e descanso.
Agora, que tal estimular seus alunos a pensar sobre a importância da saúde de uma maneira lúdica e divertida? Confira, abaixo, algumas sugestões de atividades que podem ser realizadas em grupo e em sala de aula (Fonte: adaptado a partir dos sites Pedagogia ao pé da letra, Conexa Saúde, Guia de Oficinas Pedagógicas/UERJ e Guia de sugestões de atividades/MS e MEC):
- Teatro de fantoches: Organize uma apresentação de teatro de fantoches com personagens relacionados à saúde, como médicos, enfermeiros e personagens que representem vírus e bactérias. A peça pode abordar temas como higiene pessoal, importância da vacinação, lavagem correta das mãos e alimentação saudável. Após a apresentação, promova uma discussão com os alunos sobre o que aprenderam e como podem aplicar esses conhecimentos em sua vida diária.
- Jogo da memória da saúde: Crie um jogo de memória com cartas temáticas sobre saúde e educação sanitária. Nas cartas, inclua imagens relacionadas a hábitos saudáveis, como escovar os dentes, praticar atividades físicas, comer frutas e legumes, entre outros. As crianças devem encontrar os pares correspondentes. Durante o jogo, explique a importância de cada hábito e os benefícios para a saúde.
- Caça ao tesouro da saúde: Organize uma caça ao tesouro com pistas relacionadas à saúde. Esconda pistas em diferentes locais e cada pista leva à próxima, até chegar ao tesouro final. Em cada parada, os alunos podem encontrar informações e realizar tarefas relacionadas à saúde, como identificar alimentos saudáveis em um jogo de adivinhação ou responder a perguntas sobre higiene pessoal. Essa atividade promove o aprendizado de forma divertida e interativa.
- Oficina de culinária saudável: Realize uma oficina de culinária em que os alunos possam aprender a preparar lanches saudáveis e saborosos. Ensine receitas simples e nutritivas, como saladas de frutas, sanduíches coloridos com legumes e sucos naturais. Durante a atividade, converse com as crianças sobre os benefícios dos alimentos escolhidos e como uma alimentação equilibrada contribui para a saúde.
- Desafio de cartazes: Divida os alunos em grupos e peça a cada grupo para criar um cartaz sobre um tema relacionado à saúde, como higiene bucal, prevenção de doenças ou atividades físicas. Eles podem desenhar, colar imagens e escrever mensagens educativas. No final, cada grupo apresenta seu cartaz e explica os principais pontos abordados. Essa atividade estimula a criatividade, a cooperação em grupo e o pensamento crítico sobre a importância da saúde.
Referência bibliográfica
https://bvsms.saude.gov.br/05-8-dia-nacional-da-saude-e-dia-do-nascimento-de-oswaldo-cruz/
Saiba mais
https://www.unasus.gov.br/noticia/oswaldo-cruz-o-sanitarista-que-mudou-o-brasil
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/guia_semana_saude_escola_2014.pdf