Floresce na Casa: Viva o pau-brasil, do Brasil!

Foto de um pau-brasil, tirada na Casa da Ciência, com o texto “Dias cor de anil, mar azul. Viva o pau-brasil, do Brasil”, do poema “Pau-Brasil”, retirado do livro: “Árvores do Brasil: cada poema no seu galho”, nas cores azul, amarelo e verde.

Hoje, falaremos de mais uma árvore que floresce e colore o jardim da Casa, o pau-brasil! Um símbolo que deu nome à nossa pátria e tem grande importância histórica para os nascidos em terras tupiniquins. Também chamado de ibirapitanga pelos índios nativos!

O pau-brasil é uma árvore nativa da Mata Atlântica Brasileira e endêmica nas regiões Nordeste (Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia e Alagoas) e Sudeste (Espírito Santo e Rio de Janeiro). Possui tronco reto e pode alcançar entre dez e quinze metros de altura.

Foto tirada de baixo para cima de um grupo de paus-brasil.

Além de toda sua beleza e importância, é uma árvore leguminosa, sabia? Produz vagens cobertas por longos e afiados espinhos, que contêm de uma a cinco sementes em forma de discos. Quando amadurecem, as vagens passam da cor verde para a cor marrom. 

Outro encanto dessa árvore são as suas flores! Formadas por quatro pétalas amarelas bem grandes e uma pequena no centro, de cor vermelha, as flores do pau-brasil são um show à parte. Seu aroma adocicado, parecido com o da flor de jasmim, atraem as abelhas e vários insetos. Sua floração acontece entre outubro e novembro e permanece por, aproximadamente, 15 dias, tornando-se ainda mais especial, por ocorrer em poucos dias do ano.

 Foto de flores do pau-brasil, com o fundo desfocado.

O pau-brasil na história

A história do nosso país passa pela árvore que deu seu nome! Pouco depois de chegarem às nossas terras, os portugueses descobriram a árvore que foi batizada como pau-brasil. Pelas suas características, sua exploração foi a atividade econômica mais importante aqui por um bom tempo, principalmente em uma fase conhecida como Período Pré-Colonial, que se estendeu até meados da década de 1530, mas continuou por muitos anos. 

Essa exploração extrema e descontrolada fez com que a árvore se tornasse uma espécie ameaçada de extinção, sendo listada, atualmente, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, na categoria “vulnerável”, e pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, na categoria “em perigo”.

O que torna essa árvore tão especial?

A madeira do pau-brasil é extremamente dura, pesada, compacta, com grande resistência e praticamente incorruptível. Essas características já lhe dariam uma grande importância, porém, na época, o mais valioso para os portugueses era uma substância encontrada em sua madeira, a brasilina, que faz com que ela tenha uma coloração avermelhada.

Produzida pela planta, a brasilina está presente nas paredes das células do seu tronco e foi amplamente utilizada na fabricação de corante vermelho para tingir tecidos, um mercado que ajudava a movimentar a economia e durou até meados de 1800, com a produção da anilina, um corante vermelho sintético.

O som do pau-brasil

Com o tempo, a madeira do pau-brasil ganhou outra utilidade, a fabricação de arcos de violino, por ser considerada a mais adequada para esse tipo de objeto. Atualmente, outras madeiras estão sendo estudadas para substituí-la na fabricação de arcos de violinos, devido a sua escassez.

Foto de um violino e um arco de violino, ao seu lado, em um fundo preto.

Mas e se o pau-brasil pudesse tocar uma música? Depois de ser explorado de forma descontrolada durante séculos e estar em perigo de extinção, como acha que ela seria?

Você pode descobrir isso agora! O Instituto Terra e a agência J. Walter Thompson uniram-se ao artista alemão Bartholomäus Traubeck, para lançar o projeto “Sinfonia do Adeus”. O projeto busca chamar a atenção para as 140 espécies de árvores em extinção na Mata Atlântica, que é o bioma mais devastado do Brasil e, hoje, possui apenas cerca de 8% da sua vegetação original.

O artista desenvolveu uma tecnologia a laser para “ler” as ranhuras e os sulcos de um anel de um tronco de pau-brasil e transformá-los em música. Traubeck usou o som do piano para “traduzir” os dados em melodia.

Venha conferir no vídeo abaixo:

Sinfonia do Adeus | Instituto Terra

link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=wategasLuT4

Como cultivar e cuidar

O pau-brasil nativo está escasso, mas seu uso vem crescendo para arborizar cidades e ornamentar jardins. Por isso, vamos dar algumas dicas de como cultivar e cuidar do nosso pau-brasil. Por ser adaptado ao solo brasileiro, ele só precisa de alguns pequenos cuidados para crescer de maneira saudável.

Para plantar, faça uma pequena cova com, aproximadamente, 20 cm de fundura e largura e plante-a diretamente nessa cova. Acrescente adubo orgânico para garantir os nutrientes necessários e regue todo dia durante um mês. Depois disso, é só regar periodicamente e adicionar mais adubo, se necessário.

Para saber mais

https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/meio_ambiente/noticias/?p=296474

https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/paubrasil.htm

https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/dia_do_meio_ambiente/mata_atlantica_dia_do_meio_ambiente/

Um comentário

  1. Que saudades do nosso pau-brasil! Lindo o trabalho de vocês! Esquenta a nossa memória! E mais ainda de quem teve a oportunidade de ficar à sombra dessa linda árvore que cresceu no nosso quintal! Então, para comemorar a postagem e as lembranças, que tal plantar outra? Estamos precisando de esperança e nada melhor do que a certeza de que ela crescerá linda de novo no nosso jardim para as próximas gerações. Amo a Casa da Ciência e todos aqueles que levam adiante esse centro cultural incrível! UFRJ VIVA! Bjs e parabéns!

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