A Ciência por aí…

Tem Ciência por aí!?

A arte apresenta três fotos: a primeira revela um grupo de crianças que observa uma mesa, com algumas tigelas contendo flores, e quatro monitores estão do outo lado. Um monitor oferece um pequeno arranjo de flores para uma menina. Acima da foto, há uma circunferência verde com o desenho de uma flor. A segunda mostra alguém que levanta um grande copo de chopp. Na parte superior, há uma circunferência amarelo ocre, com pontos de interrogação e exclamação. Na terceira, um grupo posa ao lado de uma placa do Caminhos de Darwin, em Araruama; ao fundo, aparece uma construção antiga com uma frase pintada na parede.
Primeira foto: Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT-RJ), Polo Jardim Botânico, 2014.  Segunda Chopp Científico, 2002. Terceira: Caminhos de Darwin, Araruama, 2008. Acervo: Casa da Ciência.

Algumas ações de popularização da ciência nos trazem lembranças eletrizantes, tanto pelas parcerias que fizemos como pelo resultado alcançado. 

Uma delas é a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) que é realizada em todo o país, desde 2004, visando estimular a curiosidade para ciência e a tecnologia, especialmente de crianças e jovens. A SNCT é uma ação de popularização da ciência coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Em cada estado, equipes, formadas por instituições parceiras, orientam as ações locais.

Como parte da equipe do estado do Rio de Janeiro, trabalhamos por vários anos (2004 a 2014) para envolver centenas de entidades:  órgãos de governo, estadual e municipal, sobretudo as secretarias de educação e suas redes de ensino, pública e privada, instituições de pesquisa, universidades, empresas, ongs etc. Circulamos muito pelas cidades do interior, fazendo reuniões, ministrando oficinas de elaboração de projeto e oferecendo consultoria. Assim, buscamos promover uma maior autonomia dos integrantes municipais na implementação da SNCT-RJ.

Dá gosto ver milhares de pessoas compartilhando, ao mesmo tempo, a alegria da descoberta. Em 2014, por exemplo, o tema foi Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social e, no estado do Rio, envolveu 54 municípios, entre ações integradas e atividades de portas abertas. Inacreditável!!!

Outra ação instigante foi o Chopp Científico – a ciência com arte e colarinho (2002), que contou com um público bem inusitado: o carioca que adora frequentar bares depois de um dia cansativo de trabalho. Mais uma vez, com o propósito de discutir temas científicos, relacionados ao cotidiano, aproximando cultura, arte, técnica e tradição local. A parceria (Museu da Vida/COC/Fiocruz, Rio Scenarium, unidades da UFRJ, Cervejaria Bohemia etc.) foi fundamental para que, no bar cultural Rio-Scenarium, os especialistas encantassem a todos com a história da cerveja, com os detalhes científicos sobre o processo de fermentação, o aroma, o gosto, os mitos em torno da bebida, a dependência química e muito mais. 

Já na Cachaça científica – a ciência destilada (2007) contamos mais uma vez com o Instituto de Química da UFRJ, o Inmetro, e dessa vez a Cachaçaria Mangue Seco, dentre outros. Como um programa de rádio ao vivo, em clima de papo de botequim, foram discutidos vários aspectos da branquinha, marvada, bagaceira, pinga, cana, caninha, paraty, urina de santo… Não faltam nomes e diversidade de sabores para esse produto tipicamente brasileiro. Se falou dos processos de fabricação, de seus princípios científicos básicos, da produção da cana-de-açúcar no Brasil, do efeito do álcool no corpo, sua presença na literatura… 

Não podemos fechar esse post sem falar nos Caminhos de Darwin no Rio de Janeiro (2008), que nos uniu ao MCTI, aos Caminhos Geológicos/DRM-RJ, e a várias cidades do estado, através de instituições de ensino e pesquisa, empresas, ONGs, rede de ensino e representantes de governos municipais. Todos motivados por um projeto de roteiro turístico, de valor histórico e científico, abrangendo os municípios de Araruama, Cabo Frio, Casimiro de Abreu (Barra de São João), Conceição de Macabu, Itaboraí, Macaé, Maricá, Niterói, Rio Bonito, Rio de Janeiro, São Pedro da Aldeia e Saquarema. 

Em 1832, Charles Darwin percorreu essas localidades, a cavalo, durante 16 dias, observando e coletando materiais. Em seu diário de viagem, deixou vários registros sobre a paisagem, os hábitos do povo, a escravidão etc.

A ação foi coroada com uma grande expedição, que teve a presença do tataraneto de Darwin inaugurando as placas de sinalização do trajeto, e muitos eventos comemorativos locais. Os Caminhos de Darwin oferecem um mundo de curiosidades: fauna e flora, edificações antigas, sítios arqueológicos e geológicos, museus e igrejas… Já pensou em fazer turismo científico? Essa é uma boa pedida para os amantes da natureza e do conhecimento.

Siga nossos posts históricos todas as segundas feiras.


Referências:

Caminhos de Darwin no estado do Rio de Janeiro: um roteiro turístico sob a perspectiva da história da ciência (Luciane Correia Simões, 2014). 

O mapa dos Caminhos de Darwin no Rio de Janeiro: implantação de um projeto de Popularização da história da ciência (Luciane Correia Simões, Maria de Fatima Brito Pereira, Kátia Leite Mansur).

Relatórios e documentos do Acervo do Projeto Memória da Casa da Ciência.

Acesse:

Conheça a história da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia | Ciência é Tudo – YouTube

Ciência na Rua – Terra – YouTube

Chopp científico – YouTube

Cachaça Científica – YouTube 

Caminhos de Darwin no Rio de Janeiro (ufrj.br)

Expedição Caminhos de Darwin – YouTube

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