“A viagem no Beagle foi o acontecimento mais importante da minha vida e determinou toda a minha carreira”. E relembrar minha passagem pelo estado do Rio de Janeiro, no Brasil, com a Casa da Ciência, é uma grande honra! Sou Charles Darwin, um naturalista do século XIX e, depois de uma viagem pelo mundo, observando a diversidade dos seres vivos, publiquei o livro “A origem das espécies”, que, hoje, 24 de novembro, completa 161 anos de lançamento!
Nasci em 1809, na pequena cidade de Shrewsbury, na Inglaterra. Fui um menino muito curioso que, desde cedo, amava colecionar plantas e animais. E sabe aquele sonho de dar a volta ao mundo que muitos têm?! Pois, aos 22 anos, ainda sem essa barba toda, embarquei a bordo do navio Beagle, para viajar pela América do Sul, Austrália, Nova Zelândia e África. “Sempre senti que devo à viagem o primeiro treinamento ou educação real da minha mente. Tudo sobre o que eu pensava ou lia era relacionado ao que eu vira e veria…”.
Para os amantes de “planners”, escrevi um diário de dar inveja, contando tudo o que vivi e as espécies que conheci! No Brasil, fiquei maravilhado com tanta diversidade! E no Rio de Janeiro… Ah, o Rio! “Sua paisagem é magnífica e melhora à medida que vai sendo conhecida”. Em 1832, além de visitar a capital, estive em Araruama, Cabo Frio, Casimiro de Abreu (Barra de São João), Conceição de Macabu, Itaboraí, Macaé, Maricá, Niterói, Rio Bonito, São Pedro da Aldeia e Saquarema.
E veja só que incrível: esse percurso pelo estado do Rio foi refeito, em 2008, na expedição Caminhos de Darwin, organizada pela Casa da Ciência da UFRJ, Caminhos Geológicos/DRM, Ministério da Ciência e Tecnologia e diversas instituições, para comemorar os 150 anos do meu livro e da Teoria da Evolução das Espécies pela Seleção Natural, que desenvolvi com Alfred Wallace, em 1858. Durante esse roteiro turístico científico, que durou quatro dias, ocorreram palestras, peças de teatro, exposições, instalação de placas comemorativas e outras atividades, com a participação dos moradores das 12 cidades, cientistas, jornalistas, professores, alunos e muito mais, reunindo quase 4 mil pessoas! Até meu tataraneto Randal Keynes fez parte dessa expedição tão especial! Ah, em 2009, o projeto criou a Semana Intermunicipal de Darwin, para acontecer, anualmente, em novembro.
Assim como todas as espécies de seres vivos, a Casa da Ciência evoluiu muito nos seus 25 anos, mas o objetivo de popularizar a ciência nunca mudou! Por isso, ao pensar nela, repito minhas palavras quando embarquei no Rio de Janeiro: “Mal posso esperar o grande prazer de passar algumas semanas neste lugar muitíssimo calmo e belo”. Que venham mais 25, 50, 100 anos para a Casa!
Quer saber quem mais veio festejar com a gente?