O antigo “Palácio dos Loucos” virou “Palácio Universitário”!

Primeira imagem, acima: O Palácio da Praia Vermelha: 1852-1952. Pedro Calmon. Editora UFRJ, 2004.
Imagem abaixo: Plano da “Cidade Universitária”, Prof. Saboya, 1936. Acervo  ETU.

Após especulações sobre o que fazer com o palácio e a extensa área do Hospital Nacional de Alienados (HNA), em 1943, o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) foi encarregado de elaborar estudos de adaptação do edifício do HNA para abrigar o Externato Pedro II. Mas os planos mudaram. O presidente Getúlio Vargas determinou a execução das obras em prol da Universidade do Brasil (UB). 

Só para lembrar, a Universidade do Brasil foi criada em 5 de julho de 1937, pela Lei n.º 452, a partir da Universidade do Rio de Janeiro, instituída na década de 1920. Porém, os primeiros passos para a centralização do ensino superior foram dados pelo ministro Francisco Campos, com a instituição do “Estatuto das Universidades Brasileiras” (Decreto-Lei n.º 19.851/31), que estabeleceu parâmetros para a organização do sistema universitário no Brasil. No plano geral, várias unidades acadêmicas, existentes e a serem criadas, passavam a ser administradas por um órgão superior. 

Durante a gestão do ministro Gustavo Capanema, a UB foi implementada como modelo de instituição universitária para o restante do país. Tinha como fins: desenvolver a cultura filosófica, científica, literária e artística; formar quadros destinados ao magistério e às altas funções da vida pública; formar profissionais em estudos superiores.

A proposta da UB reunia 15 unidades de ensino superior, denominada Faculdade/Escola Nacional, de diversas áreas do conhecimento (como Filosofia, Educação, Farmácia, Medicina, Direito etc.), 16 institutos (como Física, Eletrotécnica, Mecânica Industrial, Química, Metalurgia, Nutrição, Psicologia, Psiquiatria, História e Geografia etc.) e o Museu Nacional.

Para sediar a UB, foi cedida a extensa área da Quinta da Boa Vista e outras propriedades da União, em posse ou sob a administração da Prefeitura do Distrito Federal. Na prática, uma parte da estrutura universitária foi instalada na Praia Vermelha e várias unidades acadêmicas ficaram espalhadas pela cidade.

Nesse período, cabe destaque para Pedro Calmon – político, advogado, professor e historiador baiano –, que esteve à frente da criação do campus da Praia Vermelha e, como reitor, dirigiu a UB por 18 anos. Um dos seus legados como historiador é o estudo sobre o Palácio da Praia Vermelha (1852-1952). Vale a pena ler!

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Referências: 

A universidade no Brasil: das origens à Reforma Universitária de 1968 (Maria de Lourdes de Albuquerque Favero, 2006). 

Universidades e instituições científicas no Rio de Janeiro (Simon Schwartzman et al., 1982).

As construções de memória em torno de Pedro Calmon: atuação política, trajetória intelectual e desafios biográficos (Fernanda Mendes, 2017)

Saiba mais:

https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/19/5/breve-historico-acerca-da-criacao-das-universidades-no-brasil

https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/EducacaoCulturaPropaganda/UniversidadeBrasil

https://www.if.ufrj.br/~coelho/Memoria.pdf

Veja:

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