Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 chegaram ao fim. O Brasil bateu recorde de medalhas, conquistando a sua melhor posição no quadro dos países. No entanto, além do desempenho dos nossos atletas e da estreia do skate e do surf como modalidades olímpicas, os jogos foram marcados pela punição da delegação russa, banida de grandes competições esportivas até 2023, por conta de um escândalo de doping.
Além disso, na semana passada, recebemos a surpreendente notícia de que a Tandara Caixeta, atleta da seleção brasileira de vôlei, foi suspensa das Olimpíadas, após resultado positivo para exame antidoping realizado fora do período de competição.
A análise foi feita no Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD) da UFRJ, o único credenciado pela Agência Mundial Antidopagem (WADA) na América Latina, que nós já falamos por aqui!
Apesar de termos ficado tristes com o retorno antecipado da Tandara, sabia que o antidoping tem a ver com a garantia da saúde dos atletas?
Pois é! Além do controle de doping, regular as substâncias que um atleta profissional pode ingerir, para que ele não tenha favorecimento em detrimento dos outros competidores, tem a ver com a proteção da saúde deles.
Não é raro aparecerem casos de atletas com substâncias proibidas no corpo, sem saberem, muitas vezes fruto da contaminação de suplementos que podem ser extremamente perigosos para o corpo e, em certas situações, mortais. Por exemplo, os esteroides anabolizantes androgênicos, que são uma classe de compostos proibidos em competição e fora de competição, podem aumentar o risco de sintomas de ansiedade e agressividade, além de suicídio, apontado como uma das causas mais frequentes de morte não natural de usuários dessas substâncias.
Além desses efeitos colaterais psicológicos, drogas utilizadas no doping podem trazer efeitos indesejados, como acnes, calvície masculina, danos no fígado, atrofia de crescimento em crianças e adolescentes, hipertensão, leucemias, anemia, acidentes vasculares, ataque cardíaco, problemas na tireoide e muitos outros.
Esses efeitos negativos que diferentes substâncias podem trazer ao corpo humano são destacados pela Agência Antidopagem dos Estados Unidos (USADA), alertando os atletas a nunca fazerem uso de drogas para melhoria de desempenho no esporte. A agência norte-americana publicou, em sua página, uma série de vídeos e textos que mostram seus efeitos nocivos para a saúde, e a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) obteve autorização para reproduzir o material no Brasil.
Esse material pode ser encontrado aqui
A prática de esportes que, reconhecidamente, contribuem com a saúde física e mental das pessoas, promovendo valores tão importantes, como o trabalho em equipe, o respeito às regras do jogo, a solidariedade e a concentração, parece perder de vista esses objetivos, quando as imposições e pressões levam os atletas a buscarem vitória a qualquer custo, inclusive da sua própria saúde.
Por isso, o antidoping é tão importante! Além de manter vivo esse espírito desportivo, desenvolvendo mecanismos para que o esporte profissional seja praticado com o máximo de isonomia possível, ajuda na proteção da saúde individual do atleta e de seus adversários, bem como a influência que o uso de certas substâncias por atletas famosos pode ter sobre a população em geral, em especial os jovens e praticantes de esportes.
Nossa seleção de vôlei conquistou a medalha de prata, apesar da falta que nossa querida atleta Tandara fez, mas, sim, foi uma questão de saúde. A gente por aqui torceu não apenas pela vitória, mas também por uma Olimpíada limpa, que represente todos esses valores de isonomia para a nossa sociedade!
Referências