Maternidade no Currículo Lattes?! Por que isso é importante?

Fotografia de uma mãe branca, de cabelos castanhos, vestindo a camisa da Casa da Ciência, com um bebê branco sorridente, vestindo um body de futuro “minitor” da Casa da Ciência.

Em abril de 2021, o CNPq incluiu na Plataforma Lattes – o repositório de currículos de pesquisadores e pesquisadoras no Brasil – um espaço dedicado à informação dos períodos de licença-maternidade. Mas por que isso é importante? Vem que a gente explica!

Apesar de a maternidade fazer parte da nossa vida cotidiana, o conflito ou a dificuldade em conciliá-la com a carreira científica permeia as decisões de grande parte das pesquisadoras mulheres. Isso acontece porque, além de todas as questões relacionadas ao ajuste da rotina da pesquisa com os cuidados com os filhos e às dificuldades de acesso a redes de apoio e creches, no período de licença-maternidade, a pesquisadora fica afastada de suas pesquisas para dar conta desse bebê que nasceu. E isso afeta sua produção acadêmica! 

É esperado que sua produção acadêmica dê uma pausa (nada mais justo, né?) e que a retomada seja aos poucos (porque um bebê demanda muuuuito).

Fotografia de uma mãe branca, de cabelos castanhos, vestindo a camisa da Casa da Ciência, com um bebê branco, vestindo um body de futuro “minitor” da Casa da Ciência. Cada um deles está olhando para um livro diferente.

Assim, quando essa pesquisadora, recém-mãe, consegue retomar sua pesquisa e vai participar de editais de financiamento de pesquisa, bolsas ou processos seletivos, que consideram a produtividade acadêmica dos últimos três anos, por exemplo, sua pontuação fica prejudicada, quando comparada a outros pesquisadores que não passaram por esse processo, especialmente homens.

A inclusão desse campo na Plataforma Lattes, então, é excelente para sinalizar o porquê dela não ter produzido tanto academicamente naquele período. Aquele “buraco” de tempo, relativo à licença-maternidade, que aparecia no currículo das pesquisadoras, poderá ser devidamente considerado nas avaliações, e investimentos poderão ser destinados às pesquisadoras mães de igual para igual em relação às não mães e aos homens, considerando outros critérios relativos à qualidade da pesquisa. Um verdadeiro ganho para a ciência, pois se abriu espaço para mais equidade na carreira científica! Além de um grande incentivo para que mais mulheres façam pesquisa acadêmica!

 Imagem da tela do site do CNPq aberto na página do Currículo Lattes de uma pesquisadora, indicando o campo para incluir a licença-maternidade.

Essa conquista é fruto do esforço do movimento #Parentinscience que, desde 2018, vem lutando para que a #maternidadenolattes seja reconhecida. E isso tudo é um passo a mais para que as avaliações de produtividade sejam mais justas! Afinal de contas, pesquisadores também podem ser pais e mães! #Parentalidadenaacademia

E deixamos aqui nosso desejo por mais mães na ciência, na divulgação científica, na universidade e onde mais elas quiserem!

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