Bastidores da Ciência: Laboratório de Ecologia de Insetos!

Sempre quis saber o que faz um laboratório? Qual a importância da pesquisa científica para as nossas vidas? Como é o trabalho de um cientista? E o que a UFRJ tem a ver com isso? Então, você está no lugar certo!!! Bastidores da Ciência é a nossa mais nova série, que vai mostrar tudo o que se tem a saber sobre alguns dos mais de 300 laboratórios da Universidade Federal do Rio de Janeiro. E, para estrear com chave de ouro, essa semana trouxemos o Laboratório de Ecologia de Insetos da UFRJ! Ah, e se você ainda não viu nossas postagens sobre o laboratório, corre que ainda dá tempo! Nossas páginas do Instagram, Facebook e Twitter estão cheias de assuntos e perguntas super legais para você refletir e se surpreender!


O Laboratório de Ecologia de Insetos (LEI), do Instituto de Biologia da UFRJ, tem como tema e objeto de pesquisa nada mais nada menos do que os bichinhos mais intrigantes da natureza (e, às vezes, temidos!): os insetos!! Ele é responsável por estudar e pesquisar diferentes áreas da ecologia e comportamento de insetos, a interação destes com o meio ambiente e seu papel no ecossistema. Porém, o laboratório tem sua atuação mais voltada para três grupos de insetos: besouros; mariposas e borboletas; vespas e abelhas. Além disso, produz material didático para professores, é bastante atuante na área de divulgação científica dos insetos e responsável por algumas disciplinas de graduação do curso de Ciências Biológicas da UFRJ e CEDERJ e, também, da pós-graduação em Ecologia (PPGE) e do mestrado em Ensino de Biologia em Rede Nacional (PROFBIO), ambos pela UFRJ.

Espécime de borboleta, pertencente ao grupo de insetos da ordem Lepidoptera. – Imagem cedida pelo LEI

Mas espera aí! Antes de pensar “e desde quando insetos são importantes?”, deixa a gente explicar os diversos motivos pelos quais eles são, sim, muito importantes para a nossa vida! Primeiro, esses bichinhos são responsáveis pela polinização de várias espécies de plantas e também dispersam sementes de outras tantas. Ou seja, graças aos insetos, muitas plantas conseguem sobreviver e continuar se reproduzindo através da dispersão de seu pólen ou sementes, carregadas e espalhadas mundo afora pelos insetos. Além disso, por se alimentarem de vegetais e de animais – inclusive outros insetos! –, eles controlam populações de plantas e de outros animais. São muito importantes para a manutenção de um ecossistema saudável e balanceado, inclusive porque servem de alimento para diversos outros organismos. Imagina se uma espécie inteira de insetos é extinta de uma vez só? Todas as interações das quais a espécie participa vão ser extintas e, com isso, o ecossistema poderia sofrer um grande impacto, afetando a sobrevivência de diversas outras espécies de plantas e animais, inclusive nós, seres humanos!

Se você já conferiu nosso Instagram, deve estar se perguntando as respostas para todas as questões que postamos no nosso feed, não é mesmo? Então, se prepara que lá vem elaaas! Mas, antes, uma dica: a maioria dessas respostas pode ser encontrada, facilmente, no Instagram do LEI, que marcamos em nossos posts! Aproveita para conhecer! Você vai se surpreender e se inspirar com todo o conteúdo que encontrar por lá!

Invasão dos gafanhotos

Você já deve ter ouvido falar e, até mesmo, se assustado com a grande “invasão” desses insetos no início do ano passado (2020). Mas, caso queira relembrar esse evento incomum, basta conferir a reportagem da BBC News, compartilhada em nosso Twitter e nas referências lá no final desse texto! A grande nuvem de gafanhotos, que foi notícia no mundo todo, chegou a atingir países da América do Sul muito próximos ao Brasil. Felizmente, não fomos atingidos pelos vorazes insetos, mas, afinal de contas, por onde andam os gafanhotos? O que comem? Por que se juntaram em nuvem dessa forma?
Os gafanhotos são do mesmo grupo de insetos dos grilos, esperanças e paquinhas, mas possuem comportamentos e características que os diferenciam. O gafanhoto tem grandes asas e patas traseiras, rechonchudas, adaptadas para o salto! Eles estão espalhados pelo mundo, mas preferem lugares mais quentinhos, por isso, por aqui são mais numerosos. A maioria deles só se alimenta de plantas e pode chegar a comer, por dia, o equivalente ao seu peso corporal em folhas! Por esse motivo, a invasão em nuvem desses insetos causou tanta comoção, já que algumas espécies de gafanhotos em sua fase adulta gostam de formar esse aglomerado e sobrevoar extensas plantações, devorando-as em pouco tempo. Isso acontece porque, quando há uma alteração no clima – tempo mais seco, por exemplo –, eles acabam se reproduzindo bem mais depressa e em grande quantidade. Com esse boom de crescimento, os insetos se juntam e formam essas nuvens, iniciando migrações atrás de alimento para todos.

Por que os insetos somem no frio?

Já percebeu que, quando chega o inverno e o friozinho começa a bater, os insetos não costumam mais ser um problema? Bem diferente do verão, quando costumamos sofrer com os mosquitos, baratas, formigas e cupins (famosos “bichinhos da luz”), né? Mas por que será que isso acontece? Quer saber?
Existe um motivo para não percebermos os insetos no frio: é que eles não conseguem sobreviver muito bem em baixas temperaturas. Por serem muito diminutos, perdem calor facilmente. Aqueles que sobrevivem costumam ser maiores e tendem a ter seu metabolismo bem baixo nesse período, ficando em uma espécie de hibernação até o frio passar. Já os pequenos insetos, que acabam não resistindo ao inverno, conseguem sobreviver através de seus ovos e larvas, que, durante essa estação, diminuem seu metabolismo e só continuam seu desenvolvimento em condições climáticas mais favoráveis e quentinhas!

Por que as abelhas operárias morrem após picar uma pessoa?

Se já foi picado por uma abelha, deve saber que não é uma experiência nada agradável, não é mesmo? Mas sabia que, após dar a “ferroada”, as abelhas operárias não sobrevivem? Já imaginou o porquê disso? Tadinhas delas! Vamos já descobrir como isso acontece!
Bom, nem todas as espécies de abelhas possuem um ferrão. Portanto, em uma colmeia, apenas as operárias têm um ferrão, que usam para defender seu lar, além da rainha, que o utiliza para manipular os ovos e lutar com outra rainha, caso necessário. Mas como o ferrão é uma estrutura de defesa conectada ao abdômen da abelha, após um ataque, ele se gruda no alvo para liberar o veneno e, no processo, a abelha acaba perdendo parte de seu corpinho. Isso que é dar a vida pela colmeia!

Por que chamamos a Lavadeira de “lavadeira”?

Provavelmente, você já viu ou ouviu falar da libélula. Inseto de grandes asas e com um comprido abdome, que nos faz lembrar até de um helicóptero. Muitos também a conhecem pelo nome de lavadeira! Mas por que será que a chamamos assim? Teria alguma coisa a ver com sua higiene pessoal?
Calma que não é nada disso! Deram o nome popular de “lavadeira” para a libélula, pela simples associação que fizeram ao observar seus hábitos. Esse inseto é muito ligado ao meio aquático, uma vez que depende da água doce para se reproduzir e viver sua primeira fase de vida. Nos rios, riachos, poças e piscinas, a libélula deposita seus ovinhos! Para isso, ela precisa sobrevoar esses corpos d’água bem de pertinho e inclinar a ponta do abdômen até encostá-lo na água, para jogar os ovos lá. Esse comportamento acabou sendo associado ao das mulheres que lavam roupas nas beiras dos rios, daí o nome “lavadeira”!

No Instagram do LEI, muitas dessas perguntas sobre diferentes insetos já foram respondidas, porém fique ligado que, daqui a pouco, eles vão lançar postagens, especialmente, sobre o grupo da libélula, com mais informações sobre esse fascinante inseto!

Laboratório parceiro

Não é de hoje que o Laboratório de Ecologia de Insetos da UFRJ trabalha com a Casa da Ciência, compartilhando o mesmo objetivo de popularizar e tornar mais democrática a ciência no país. Entre outras atividades e eventos, o LEI também participou de algumas das nossas exposições, como a Baratas e Afins: o notável mundo dos insetos, realizada de 14 de agosto a 9 de novembro de 2003, apresentando oficinas e instalações temáticas, além de ser nosso consultor. Essa exposição buscou trabalhar a desmistificação de preconceitos socioculturais dominantes, que relegam os insetos a uma espécie biológica inferior, passíveis de exterminação e desnecessários à vida humana e aos ecossistemas. Cerca de 200 exemplares de insetos foram cedidos pelo Museu Nacional da UFRJ e pelo Laboratório de Ecologia de Insetos da UFRJ, para observação, com o auxílio de lupas e microscópios eletrônicos, e comparação com os insetos cenográficos.

Foto de um besouro, inseto pertencente à ordem Coleoptera.Imagem cedida pelo LEI

Equipe Laboratório de Ecologia de Insetos da UFRJ:

Professores Responsáveis:
Margarete Macedo
Ricardo Monteiro

Técnica:
Simone Santos

Doutorando:
Carlos Vinícius Gomes

Mestranda:
Beatriz Monteiro

Iniciação Científica:
Carolina Braga
Gabrielle Cabral
Juliana Freitas
Lucas Sampaio
Luíza Bezerra
Rafaella Argollo
Thais Salatiel
Yaisa Lima
Jorge Luiz
Stephanie Vaz

Colaboradores:
Alexandre Pimenta
Ana Letícia Carracena
Carolina Colares
Cristina Araújo
Gabriel Khattar
Henrique Tavares
Luiz Felipe Lima
Thainá Côrtes
Vivian Flinte

Se liga no Bastidores da Ciência

Com tantas novas descobertas, aposto que ficou curioso para saber muito mais! Então, não deixe de seguir o Laboratório de Ecologia de Insetos (@ecoinsetos.ufrj) no Instagram, que sempre tem coisa nova por lá! E, para não perder os lançamentos do Bastidores da Ciência, fica de olho em nossas redes sociais, que já já vêm mais laboratórios e ainda mais pesquisas a serem descobertas e compartilhadas, afinal #pratudonavidatemlaboratório.

Parte da equipe do Laboratório em pesquisas de campo. – Imagens cedidas pelo LEI

Referências:

Site do Laboratório: https://ecoinsetosufrj.wixsite.com/website

Instagram do Laboratório: https://www.instagram.com/ecoinsetos.ufrj/

Vídeo da BBC News: https://www.youtube.com/watch?v=7xEaVMq8y6g

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