Representatividade importa!

Arte com fundo azul piscina, com o símbolo do punho erguido e fechado, em traçado azul claro, um coração na parte abaixo do punho em cor laranja, com os dizeres em cor branca e azul e destacado em laranja: "Representatividade importa! Nesse dia 25 de julho, queremos refletir juntos sobre a importância do Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha!".

25 de julho é o Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha! E, mais do que uma celebração, essa é uma data de conscientização e fortalecimento das pautas específicas das mulheres negras. Seu objetivo é reforçar laços e organizações, ampliando a visibilidade para sua luta constante e a importância do debate sobre a inserção da mulher negra, em todos os setores da sociedade, especialmente em posições de liderança.


E você sabe como surgiu esse dia? Tudo começou em 1992, quando um grupo que
acreditava que a união entre mulheres negras seria fundamental no combate às
discriminações sofridas por elas organizou o primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, em Santo Domingos, na República Dominicana. E, assim, nasceu o Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, lembrado todo 25 de julho. A data foi reconhecida pela ONU, no mesmo ano, e instituída como Dia Nacional da Mulher Negra, pela ex-presidente Dilma Rousseff, em 2014.


De acordo com o IBGE, em 2018, as mulheres negras somavam mais de 28% da nossa população, representando, assim, o maior grupo demográfico brasileiro! E, em um continente marcado pela colonização europeia, reconhecer-se negra é sinônimo de resistência. O bacana é ver que, a cada dia, essa resistência vem crescendo, principalmente porque, com a ampliação da discussão, cada vez mais mulheres se reconhecem como negras em nosso país.

Mas será que ser maior em quantidade significa que em direitos civis está tudo ok?Infelizmente, não… Ainda há muita desigualdade em diversas áreas e chamamos atenção, aqui, para o mercado de trabalho e o acesso à graduação. No mercado de trabalho, por exemplo, a desigualdade entre mulheres brancas e negras é grande. Segundo a pesquisa “Mulheres e Trabalho”, do IPEA, publicada em 2016, no Brasil, mulheres brancas recebem, em média, 70% a mais do que as negras. Esse é um problema com raízes estruturais e precisamos refletir sobre as causas dessa diferença gritante!


Quando falamos do acesso ao ensino superior, observamos que houve um aumento da presença negra feminina nas salas de aula, mas, mesmo assim, esse percentual ainda corresponde à minoria.


Falando da UFRJ, de acordo com os dados do Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (Siga), em 2019, nossa universidade tinha 9.855 alunas pretas e pardas matriculadas na graduação, ou seja, menos de 20% do total de inscritos. Em relação à pós-graduação, havia 1.477 estudantes negras, entre doutorado, mestrado acadêmico e mestrado profissional, o que corresponde a menos de 12,6% do total.

Arte com fundo azul, com o mapa do Brasil em traçado branco, na lateral esquerda quatro pictogramas de pessoas representando a demografia brasileira, três em azul e um em laranja, este representando a porcentagem de mulheres negras na sociedade brasileira, ou seja, um quarto da população. Contém os dizeres com destaques na cor laranja: "Você sabia que... Mais de 1/4 da população brasileira são mulheres negras?! E correspondem ao maior grupo demográfico brasileiro! - Fonte PNAD Contínua (2018)".

Na lateral direita do mapa, imagem de um prédio em azul escuro, representando a UFRJ (região Sudeste), dois gráficos, em pizza de cor azul escura e fatia proporcional à porcentagem, em laranja, um indicando a porcentagem de alunas negras na graduação, com a porcentagem de 20%, em fatia na cor laranja, e outro indicando alunas negras na pós-graduação, com a porcentagem de 12,6%, em fatia na cor laranja. Contém os dizeres: "Mesmo assim... A educação superior e a produção de conhecimento científico ainda não refletem esse grande número. Na UFRJ, por exemplo: 20% alunas da graduação; 12,6% alunas da pós-graduação. Fonte: https://conexao.ufrj.br/2019/11/19/por-uma-ciencia-negra-e-feminina/".


Ao olharmos para o total de professores doutores que lecionam no ensino superior, Brasil afora, esse número é ainda mais espantoso! Os dados do Censo da Educação Superior de 2016 informam que apenas 4,57% são professoras doutoras negras. E, aí, nos cabe mais uma reflexão: se o maior grupo demográfico brasileiro é de mulheres negras, por que isso não se reflete nas salas de aula das universidades?

Arte com o fundo azul piscina, com a bandeira do Brasil em traçado azul claro, no centro da bandeira, há a esfera em cor azul escura, representando um gráfico em pizza sobre o percentual de docentes de nível superior com doutorado no Brasil, trazendo a porcentagem indicativa das mulheres negras de 4,57%, em fatia de cor laranja. Contém os dizeres: "Já dos docentes de nível superior com doutorado do país, apenas 4,57% são mulheres negras. Fonte: INEP (2016)".


Trouxemos todos esses dados para dizer que: Representatividade importa, e muito! Que o 25 de julho seja uma data de reflexão e inspiração! Vamos nos inspirar em todas as mulheres negras que existem e resistem, contribuindo para uma universidade pública e uma divulgação científica de qualidade!


Por isso, como forma de representar as alunas, técnico-administrativas, terceirizadas e docentes negras da nossa universidade, as mulheres negras da Casa da Ciência estão aqui presentes!

Arte com o fundo verde, contém os dizeres em azul escuro, com alguns destaques em laranja: "Viva as mulheres negras da UFRJ e as mulheres negras da nossa Casa da Ciência!". Também há fotos de três mulheres negras que trabalham na Casa da Ciência: a primeira chama-se Marcela, a foto mostra seu rosto e parte de sua blusa preta; a segunda chama-se Nayara, a foto tem um fundo na praia, ela está com um largo sorriso e veste uma blusa marrom; a terceira e última foto é da Beatriz, que tem ao fundo uma porta de madeira e vidro, aparecendo folhas de árvores, ela está sorrindo com o punho apoiado no queixo.
Arte com o fundo verde, no lado esquerdo possui dois corações em laranja por cima da imagem da mão erguida com punho fechado, em traçado azul claro. Conta, ainda, com quatro fotos de mulheres negras que trabalham na Casa da Ciência: a primeira chama-se Clarisse, a foto tem um fundo arborizado, ela está sorrindo, segurando uma caneta, vestindo uma blusa amarela e um casaco azul; a segunda chama-se Maria, a foto está em preto e branco, ela veste uma blusa preta com detalhes brancos; a terceira chama-se Priscilla, ela está sorrindo com a mão apoiada no queixo; a quarta chama-se Julliana, a foto possui um fundo arborizado, ela está sorrindo e usa vestido preto com flores rosas nos detalhes.

Curtiu e quer saber mais? Se liga nos links:

Conexão UFRJ – Por uma ciência negra e feminina

INEP (2016) – Censo da Educação Superior

UFRJ – Não deixaremos de ocupar os lugares na sociedade

UFJF – Quantas intelectuais negras você leu?

Conexão UFRJ – Consciência Negra para um inconsciente embranquecido

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