Nasce a Casa da Ciência!

Das ruínas de um Casarão, nasce uma Casa muito engraçada… 

A arte apresenta três fotos: uma da varanda de um casarão antigo sendo reformada, com um operário trabalhando. A segunda da edificação da Casa da Ciência vista do alto, com suas largas janelas, seu pátio rodeado pelo jardim e a vista parcial da varanda. Na esquina, do lado de fora, um grupo de pessoas aguarda para atravessar a rua. A terceira trás uma vista parcial da varanda, com vista para o jardim, recém-plantado, em toda a sua extensão. Ao fundo, aparecem cinco palmeiras e um prédio bem alto. No canto inferior direito, há uma circunferência azul, onde está escrito 25 anos, e o logotipo da Casa da Ciência. Há duas circunferências coloridas: uma verde, com o desenho de uma flor, outra vermelha, com o desenho de uma casa.
Primeira foto: Reforma do Casarão, s/d. Segunda: A Casa da Ciência vista do alto, s/d; Terceira: O jardim da Casa da Ciência, s/d. Acervo: Casa da Ciência da UFRJ.

A edificação da Casa da Ciência sempre despertou muita curiosidade sobre seu passado em nosso público visitante. Levou um bom tempo e muita pesquisa em bibliotecas e arquivos até conhecermos sua origem: em 1926, como Pavilhão Alaor Prata do Hospício Nacional de Alienados, e, na década de 1950, sua mudança para Casarão, espaço de atividades da Escola Nacional de Educação Física e Desportos (ENEFD/EEFD). Já que a história continua, a nossa questão de hoje é: como surgiu a Casa da Ciência da UFRJ?

Com o passar dos anos e a falta de manutenção, o Casarão foi tomado por goteiras, infiltrações, vidros quebrados, ervas daninhas… Por pouco não virou ruína! Apesar das marcas do tempo, continuou sendo utilizado para atividades de colônias de férias da Praia Vermelha, além de shows e festas informais, que atraíam, sobretudo, a juventude.

No início dos anos de 1990, enquanto a EEFD buscava encontrar soluções para a manutenção do Casarão, outro projeto surgiu dentro da universidade: a “Proposta de criação da Casa da Ciência – Centro Cultural de Ciência e Tecnologia da UFRJ”, idealizada pelo professor Maurício Arouca (Coordenador dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia/COPPE/UFRJ), com o apoio de outros professores. A proposta visava ampliar o diálogo da universidade com o público geral e, de forma clara e agradável, divulgar a ciência. E, em setembro de 1994, foi aprovada pelo Conselho Superior de Coordenação Executiva da UFRJ, com apoio do Fórum de Ciência e Cultura (FCC/UFRJ) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Nascia, assim, um conceito inovador de divulgação científica, como um centro cultural de ciência e tecnologia.

Não podemos esquecer que, ainda na década de 1990, parte do campus da Praia Vermelha quase virou um grande estacionamento, para servir, principalmente, a empreendimentos privados – casa de shows, bingo, clubes e áreas do entorno. Porém, alunos e professores da EEFD, com a comunidade do entorno, se organizaram para impedir que tal disparate destruísse a área verde local – que, hoje, sabemos ser remanescente do antigo bosque do Hospício Nacional. A mobilização impediu que o projeto do estacionamento fosse adiante. E, em 29 de setembro de 1999, através da Aditiva n. 5, do Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, foi garantida a preservação do espaço.

Como você pode perceber, o terreno do campus da Praia Vermelha vale ouro e tem sido objeto de disputas internas à UFRJ e externas, particularmente de setores ligados a interesses imobiliários. Triste, não?!

Em suma, do Casarão surgiu a Casa da Ciência da UFRJ. Antes, a antiga edificação passou por uma grande reforma e algumas adaptações. Ao seu redor, o jardim ganhou forma nas mãos de alunos do Curso de Paisagismo… A Casa ficou linda! E, em 29 de junho de 1995, suas portas se abriram para receber os visitantes, em sua primeira exposição, Vida, uma parceria com o Museu da Vida/Fiocruz.

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Referências:

Entre que a Ciência é sua! Reflexões sobre a produção memorialística da Casa da Ciência da UFRJ no cenário da Divulgação Científica Brasileira (Luciane Correia Simões, 2020).

Depoimento e documentos fornecidos pela professora Margarida Thereza Nunes da Cunha Menezes (Acervo do Projeto Memória da Casa da Ciência).

Acesse:

Programa Especial – Casa da Ciência – YouTube

Casa da Ciência – YouTube

Reportagem – A Casa da Ciência-RJ – YouTube

Fica Casa da Ciência – YouTube

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