Olá, professor(a)!

Entre os muitos temas que atravessam o trabalho docente no Ensino Básico, poucos conseguem articular de forma tão viva e envolvente o passado, o presente e o futuro como a música. E quando ela se encontra com a ciência, a tecnologia e o direito, nasce uma oportunidade especial de explorar, com os(as) estudantes, perguntas que não cabem só nos livros, mas que aparecem no cotidiano: quem inventa? Quem cria? Como a gente protege o que é criado? A quem pertencem as ideias?

É a partir dessas questões que a exposição Sinfonia da Criatividade, realizada pela InovaUFRJ em parceria com a Casa da Ciência da UFRJ, convida o público a uma experiência interativa e sensorial, com foco na relação entre música e propriedade intelectual. Em cartaz de 13 de maio a 29 de junho de 2025 aqui na Casa, a exposição busca mostrar como o universo musical se cruza com o mundo das invenções, das patentes, dos direitos autorais e das transformações provocadas pela inteligência artificial.

A proposta dialoga diretamente com a escola, especialmente com professores(as) que buscam atividades interdisciplinares para suas turmas. A mostra foi pensada para acolher estudantes de diferentes faixas etárias, com experiências práticas, que ajudam a traduzir assuntos complexos em vivências significativas. É possível, por exemplo, interagir com instrumentos musicais históricos, escutar gravações raras, explorar a evolução das tecnologias de som e, ao mesmo tempo, entender como cada uma dessas criações foi (ou não) protegida por direitos de propriedade intelectual.

Um dos grandes destaques da exposição é a presença de uma personagem que conduz a narrativa: Chiquinha Gonzaga, compositora, maestrina e ativista, pioneira na defesa dos direitos autorais no Brasil. A figura de Chiquinha, além de histórica, ganha vida por meio de uma interface digital baseada em inteligência artificial. Os visitantes podem conversar com ela, fazer perguntas, explorar sua trajetória e descobrir curiosidades sobre o cenário musical de sua época e de hoje. A ideia não é só aprender sobre música, mas também refletir sobre os caminhos que uma criação percorre até ser reconhecida, valorizada e protegida legalmente.

Outro ponto forte da exposição é o Entre no ritmo, um espaço onde os visitantes, inclusive crianças e jovens, podem criar suas próprias músicas, batidas e trilhas. Com o auxílio dos mediadores aqui da Casa da Ciência, os participantes experimentam diferentes sons, estilos e ferramentas digitais, algumas baseadas em inteligência artificial. Não é necessário ter conhecimento musical prévio: o objetivo é estimular a experimentação e o senso criativo. É uma oportunidade única para os estudantes se verem como criadores e, ao mesmo tempo, compreenderem que por trás de cada ideia há um percurso — e que esse percurso precisa ser protegido.

A visita também inclui um passeio pelas diferentes eras da música e da comunicação. A mostra apresenta invenções que moldaram a maneira como produzimos e escutamos música — como o fonógrafo de Edison, o microfone de Berliner, o Walkman da Sony e o Compact Disc, que revolucionou a distribuição de som no final do século XX. 

Mas talvez o mais interessante, para quem trabalha em sala de aula, seja o quanto essa exposição abre caminhos para construir projetos pedagógicos transversais. A Sinfonia da Criatividade permite conexões diretas com os componentes de Artes, História, Ciências, Geografia, Língua Portuguesa, Educação Tecnológica e até com os temas contemporâneos transversais propostos pela BNCC, como a valorização da diversidade cultural, os direitos humanos e o uso ético da tecnologia. Você, docente, pode, por exemplo, explorar com seus/suas estudantes, como o som e a música foram usados em diferentes momentos da história do Brasil, ou como a cultura popular urbana (como o rap ou o funk) também é uma forma de invenção e precisa de proteção legal. Pode-se ainda debater a relação entre originalidade e cópia, ou propor uma criação coletiva de um podcast ou trilha sonora para a escola, pensando juntos como registrar e proteger essa produção.

A exposição Sinfonia da Criatividade mostra que ensinar e aprender sobre ciência, arte, história e direito pode ser mais simples do que parece — e muito mais envolvente quando fazemos isso ouvindo música, mexendo com sons, pensando em como o passado e o futuro se encontram no presente. Para os professores, é uma oportunidade de ampliar o repertório cultural dos alunos, trabalhar conteúdos curriculares com outros sentidos e mostrar, na prática, que criar também é um direito — e que a escola tem tudo a ver com isso.

Como é possível trabalhar o tema da exposição em sala de aula? 

Confira, abaixo, algumas dicas de como trabalhar o tema da exposição com suas turmas.

🧒 Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano)

Antes da visita

– Proponha uma conversa sobre onde a música aparece no dia a dia dos alunos: na TV, em casa, na escola, no celular, nas festas. Pergunte: “Alguém da sua família toca algum instrumento?”, “Você já criou alguma música?”.

Objetivos: estimular a escuta ativa, a expressão oral e o vínculo afetivo com o tema.

– Toque três músicas com estilos diferentes (samba, clássica e forró, por exemplo) e peça aos alunos para fazerem um desenho sobre o que sentem ou imaginam ao escutar cada uma.

Objetivos: sensibilização artística, percepção sonora e introdução ao conceito de diversidade cultural.

– Conte a história de Chiquinha Gonzaga com apoio de imagens e música. Depois, peça que desenhem uma cena da vida dela.

Objetivos: conhecimento histórico e valorização de figuras femininas na cultura brasileira.

Depois da visita

– Em grupos, peça aos/às alunos/as para construírem instrumentos simples (chocalho, tambor, reco-reco, por exemplo). Depois, que apresentem para a turma.

Objetivos: trabalho em equipe, noções básicas de som e invenção, consciência ambiental.

– Com base na visita, peça para criarem coletivamente uma linha do tempo com invenções musicais (ex: fonógrafo, rádio, CD). Podem usar recortes ou desenhos.

Objetivos: noção de tempo histórico, organização de informações e reforço de conteúdos vistos na exposição.

👧🏽 Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano)

Antes da visita

– Divida a turma em duplas. Cada dupla pesquisa um invento ligado à música (como o microfone, o rádio, a guitarra elétrica ou o walkman, por exemplo) e apresenta ao restante da turma.

Objetivos: introduzir o tema da propriedade intelectual, desenvolver habilidades de pesquisa e apresentação.

– Apresente casos simples de plágio musical ou uso não autorizado de músicas. Levante a discussão sobre autoria, cópia e criação.

Objetivos: desenvolver pensamento crítico, trabalhar noções de ética e cidadania.

Depois da visita

– Divida a turma em grupos e proponha que criem letras, batidas e melodias simples. Incentive a reflexão: “Como protegeriam essa criação?”.

Objetivos: estimular criatividade, trabalho colaborativo e noções básicas de direito autoral.

🧑🏽‍🎓 Ensino Médio

Antes da visita

– Proponha leitura e discussão de um texto introdutório sobre propriedade intelectual.

Objetivos: introdução conceitual, ampliação de repertório e leitura crítica.

Depois da visita

– Proponha que os/as alunos/as desenvolvam uma invenção ligada ao som ou à música. Pode ser algo técnico, artístico ou conceitual. Em seguida, eles/elas simulam o processo de registro de propriedade intelectual, criando um nome, um logo e uma justificativa para a criação.

Objetivos: integração de áreas (Artes, Física, Sociologia, Redação), pensamento empreendedor e compreensão do sistema de proteção de ideias.

Confira detalhes sobre a visitação:

📍 Local: Casa da Ciência da UFRJ (Rua Lauro Müller, 3, Botafogo, Rio de Janeiro – RJ)

📅 Período: 13 de maio a 29 de junho de 2025

🎟 Entrada gratuita

Para agendar sua visita clique AQUI

Dúvidas: agendamento@casadaciencia.ufrj.br

🔗 Mais informações: http://www.casadaciencia.ufrj.br