Card comemorativo dos 105 anos da UFRJ. Na parte superior, sobre fundo azul escuro, está escrito: “Mergulhe em um pouquinho do que foram esses 105 anos de história!”. À esquerda aparece o logotipo da UFRJ e o selo “1920–2025 | 105 anos – História que inspira, futuro que transforma”. Abaixo, ocupa grande parte da imagem uma ilustração antiga em tom sépia da fachada do histórico prédio da universidade, com pessoas caminhando em frente. Na parte inferior central, sobre fundo azul, está o logotipo da Casa da Ciência da UFRJ. Fim da audiodescrição

UFRJ, parabéns pelos seus 105 anos!

Card comemorativo dos 105 anos da UFRJ. Na parte superior, sobre fundo azul escuro, está escrito: “Mergulhe em um pouquinho do que foram esses 105 anos de história!”.
À esquerda aparece o logotipo da UFRJ e o selo “1920–2025 | 105 anos – História que inspira, futuro que transforma”.
Abaixo, ocupa grande parte da imagem uma ilustração antiga em tom sépia da fachada do histórico prédio da universidade, com pessoas caminhando em frente.
Na parte inferior central, sobre fundo azul, está o logotipo da Casa da Ciência da UFRJ. Fim da audiodescrição

Você conhece a história da Universidade Federal do Rio de Janeiro? Não? Então vem com a gente nesse mergulho em um pouquinho do que foram esses 105 anos de história!

Em 7 de setembro de 1920, por meio do Decreto n.º 14.343, o governo federal instituiu sua primeira universidade: a Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ). O caminho até a criação de universidades no Brasil foi longo. Ao contrário de outros territórios coloniais, aqui a abertura de universidades e cursos superiores era proibida por lei, o que obrigava os filhos das elites colonial e imperial a estudar na Europa — especialmente na Universidade de Coimbra —, onde concluíam a formação em áreas como Direito e Medicina.

A URJ nasceu da reunião de três escolas fundadas no início do século XIX, após a chegada da Família Real e da Corte Portuguesa ao Brasil: a Escola de Engenharia (originada da Academia Real Militar, de 1810), a Faculdade de Medicina (criada em 1832 nas instalações do Real Hospital Militar, antigo Colégio dos Jesuítas) e a Faculdade de Direito (fundada em 1891 a partir da fusão da Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais com a Faculdade Livre de Direito da Capital Federal). No entanto, essa união foi apenas formal: as instituições mantiveram-se isoladas, sem o intercâmbio de saberes e a convivência acadêmica que caracterizam o “espírito universitário”. Na prática, a universidade existia apenas no papel.

Em 5 de julho de 1937, a Lei n.º 452 reorganizou a URJ e a transformou na Universidade do Brasil (UB), incorporando novas escolas e institutos já existentes nas áreas de Química, Filosofia, Ciências e Letras, Metalurgia e Música. Também se previa a integração de instituições como o Museu Nacional — efetivamente anexado — e o Instituto Oswaldo Cruz — cuja incorporação não se concretizou. Apesar de prever a criação de cursos como Veterinária e Agronomia, estes não chegaram a ser instalados. A UB foi concebida para servir de modelo às universidades brasileiras, presentes e futuras. Além disso, nenhum curso superior poderia existir no país sem corresponder a um curso equivalente na UB. A instituição deveria atrair os melhores alunos do Brasil, selecionados por rígidos critérios. Desde sua origem, portanto, a Universidade do Brasil foi marcada pelo gigantismo, pelo elitismo e pela pretensão de centralidade. Todas as suas unidades recebiam o adjetivo “nacional” antes do nome, reforçando sua vinculação ao governo federal e à política de centralização do Estado Novo (1937-1945).

O tempo passou e na década de 1960, intensas transformações sociais, econômicas e políticas impulsionaram a demanda por uma reforma do ensino superior. Movimentos estudantis e setores da sociedade criticavam as universidades por seu distanciamento em relação aos graves problemas nacionais. Em 1965, já sob o regime autoritário, o governo federal uniformizou a denominação das instituições federais de ensino. Assim, em 20 de agosto daquele ano, a Lei n.º 4.759 determinou que universidades e escolas técnicas federais passariam a adotar a designação “federal”, acompanhada do nome do respectivo Estado. Foi nesse contexto que a UB foi reorganizada e transformada em Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Sua estrutura administrativa passou a ser organizada em centros, modelo que permanece até hoje: Centro de Ciências da Saúde (CCS), Centro de Letras e Artes (CLA), Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) e Centro de Tecnologia (CT).

                                  Construção da Cidade Universitária. Acervo: ETU/UFRJ

Desde então, muita coisa aconteceu: a instituição cresceu, se reinventou e hoje é um dos maiores símbolos da educação pública, gratuita e de qualidade no país.

Nesses 105 anos, a universidade foi palco de grandes descobertas, pesquisas inovadoras e formação de profissionais que marcaram diferentes gerações. Da engenharia às artes, da saúde às ciências sociais, da inteligência artificial à sustentabilidade, a UFRJ está sempre presente, ajudando a construir conhecimento que faz diferença na vida das pessoas e no desenvolvimento do país.

Reconhecida no Brasil e no exterior, a UFRJ ocupa posições de destaque em rankings internacionais. É a segunda melhor instituição de ensino superior do Brasil e a melhor universidade federal do país, segundo o Center for World University Rankings (CWUR 2025). Também aparece como a segunda melhor universidade federal do Brasil no Webometrics Ranking of World Universities (CSIC 2025). Em avaliações por área, figura entre as 100 melhores do mundo em Arquitetura, Antropologia e Estudos de Desenvolvimento (QS World University Rankings by Subject 2022) e foi classificada como a melhor das Américas em Engenharia Naval e Oceânica (Shanghai Ranking 2021).

A UFRJ se consolidou como uma das maiores universidades da América Latina. Segundo dados publicados no portal da universidade, são 171 cursos de graduação presencial, 4 à distância e cerca de 40 cursos noturnos ou vespertinos, com aproximadamente 9 mil vagas anuais pelo Sisu. Na pós-graduação, oferece 339 cursos de especialização e 136 programas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, sendo responsável por 10% de todos os cursos de padrão internacional no país. No total, reúne 53 mil estudantes de graduação, 16 mil de pós-graduação, além de mais de 4,6 mil professores e quase 9 mil técnicos-administrativos.

Antes da pandemia, cerca de 100 mil pessoas circulavam diariamente pela Cidade Universitária, o que dá à UFRJ a dimensão de uma cidade de médio porte, com impacto social e cultural comparável ao de municípios inteiros do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, a instituição soma 1.486 laboratórios, 44 bibliotecas, 19 entes museais, 9 unidades de saúde e um total de 40 prédios tombados. A pluralidade de sua comunidade acadêmica também merece destaque: 30% dos estudantes vêm de fora do Rio de Janeiro e 15% de outros estados, com 30% deles pertencentes a famílias de baixa renda.

A relação da UFRJ com a sociedade vai muito além das salas de aula. O Museu Nacional, em processo de reconstrução é um dos museus mais conhecidos, mas não está sozinho: a universidade mantém instituições como a Casa da Ciência, com atividades educativas e exposições que aproximam a população do conhecimento científico, o Museu da Geodiversidade, o Museu da Química Professor Athos da Silveira Ramos, o Museu de Dom João VI, da Escola de Belas Artes, entre outros também de grande importância. Esses espaços preservam acervos únicos, incluindo os três maiores meteoritos do Brasil — Bendegó e Santa Luzia, no Museu Nacional, e Campinorte, no Museu da Geodiversidade.

Também se destacam iniciativas estratégicas como o Parque Tecnológico da UFRJ, com 350 mil m² e dezenas de startups e empresas parceiras, e o LabOceano, que abriga o tanque oceânico mais profundo do mundo para pesquisas ligadas à indústria de petróleo e gás offshore. Além disso, a universidade é sede da Coppe, o maior centro de ensino e pesquisa em engenharia da América Latina.

A Universidade do Rio de Janeiro, Universidade do Brasil ou como hoje é chamada, UFRJ, também formou nomes que marcaram a história do Brasil e do mundo, como Osvaldo Aranha (indicado ao Nobel da Paz), os escritores Jorge Amado, Clarice Lispector e Vinícius de Moraes, o arquiteto Oscar Niemeyer, os médicos Oswaldo Cruz e Carlos Chagas, o historiador Sérgio Buarque de Holanda e o matemático Artur Ávila, primeiro latino-americano a receber a Medalha Fields, considerada o “Nobel da Matemática”.

Mais do que diplomas ou pesquisas, a UFRJ representa um projeto coletivo: o de um Brasil mais justo, democrático e comprometido com a transformação social por meio do conhecimento. Celebrar 105 anos da UFRJ é celebrar a ciência, a educação e a cultura brasileira.

Feliz aniversário, UFRJ!

Para saber mais

www.ufrj.br

www.ufrj.br/acesso-a-informacao/institucional/fatos-e-numeros/

Card de fundo azul, coma. logo da UFRJ ao centro e com o texto abaixo: "UFRJ 1920-2025 - 105 anos", escrito em letras brancas e amarelas. Fim da audiodescrição.