Você já ouviu falar em neuróbica?! Parece algum tipo de aeróbica… exercício físico, não é mesmo?!
Durante a correria do dia a dia, temos alguns comportamentos automáticos, não pensamos a forma de executá-los, simplesmente realizamos o que estamos habituados a fazer diariamente. Esses processos já estão tão fixados em nossa memória que não notamos. Mas será que existe alguma forma de mudar isso?
Modificar esses hábitos “automáticos” pode gerar novos estímulos à nossa memória. Tais estímulos ocasionam diversos benefícios, como aumento do foco e da concentração, aumento da produtividade, melhora na memória recente e de longo prazo, além de ajudar a evitar a falha de memória, que, por vezes, acontece.
Aí, entra a neuróbica! São exercícios, como palavras cruzadas, sudoku, caça-palavras, xadrez, jogos de cartas e de memória, capazes de fazer uma verdadeira “ginástica” para o cérebro!
Diversos estudos em neurociência são realizados para avaliar os efeitos desses exercícios e treinamentos para memória no cérebro. É como se essa “malhação” estimulasse o órgão a criar novas ligações entre os neurônios, aumentando o número de caminhos pelos quais as informações podem trafegar dentro do cérebro.
Para compreender melhor sobre isso, precisamos saber o significado de memória, que nada mais é do que um processo pelo qual as nossas experiências com o ambiente externo são codificadas, armazenadas e, posteriormente, evocadas.
Mas como ocorre a formação da memória? Vamos investigar!
As informações sensoriais (aqueles estímulos que recebemos por meio dos nossos sentidos), quando retidas, geram a memória sensorial e isso só ocorre se tivermos atenção. Caso não tenhamos a devida atenção, elas serão perdidas. Nesse contexto, a ATENÇÃO é a palavra-chave. Após recebermos essas informações sensoriais com a atenção devida, geramos a memória de curto prazo, ou seja, a informação ficará guardada, mas precisará ser repetida para não se perder. Nesse contexto, a REPETIÇÃO é a palavra-chave; se ocorrer a repetição, essa informação será codificada e entrará na memória de longo prazo, porém, com o passar do tempo, se não houver repetição, a informação poderá ser perdida. Para visualizarmos esse processo em termos práticos, vamos lembrar que, quando atravessamos uma rua movimentada, nosso foco e nossa atenção estão no semáforo, nos carros e, provavelmente, no lugar que queremos chegar. Então, imagine que você está concentrado em atravessar, rapidamente, e dezenas de pessoas estão atravessando a rua com você… Se, no final do dia, perguntarem quantas pessoas atravessaram a rua ao seu lado ou se você viu alguém específico atravessando, é muito provável que você não se lembre, pois sua atenção estava em outro foco. Em contrapartida, por que sabemos que a luz verde do semáforo é indicativo de seguir? Simples, fazemos esse exercício, repetidamente, ao longo da nossa vida.
O corpo humano é uma máquina incrível, imagine que esse processo acontece, diariamente, em nosso cérebro, sem que nos demos conta!
E quando a nossa memória começa a falhar?!
A memória pode ser afetada por diversos fatores, como: estresse, ansiedade, depressão, doenças mentais ligadas à demência e, até mesmo, falta de vitaminas em nosso organismo.
E, por falar em doenças mentais ligadas à demência, temos como grande exemplo o Alzheimer, uma doença neurodegenerativa que leva à perda de memória. Estima-se que cerca de 1,1 milhão de idosos vivem com essa doença no Brasil e, infelizmente, os dados para o futuro não são animadores.
Quer saber mais? A Casa da Ciência está com a exposição virtual Alzheimer (realizada pela ArtBio), uma mistura de arte e ciência que busca conscientizar e falar um pouco mais sobre esse tema tão necessário para a população. Vale a pena conferir:
Mas, mesmo com os fatores que levam a falhas em nossa memória ou até a perda da mesma, é possível amenizar seus efeitos. No caso do Alzheimer, é possível até retardar os impactos da doença, exercitando a memória. Assim como precisamos exercitar nosso corpo fisicamente, necessitamos, também, exercitar nossa memória, e esse hábito pode ser divertido e desafiador.
Pensando nisso, separamos um exercício simples, para você treinar sua memória.
Então, vem com a gente se desafiar!
ATIVIDADE: VOCÊ ESTÁ PRESTANDO A DEVIDA ATENÇÃO?
Como realizar a atividade:
Estude por 30 segundos a imagem abaixo; após esse tempo, tampe-a e responda às questões a seguir.
Dica: chame um amigo para realizar o exercício juntos, um poderá avaliar o desenvolvimento do outro e, ainda, se divertirem no desafio 😉
- Qual é o nome do salão de cabeleireiro?
- Quantas mulheres estavam aparecendo na janela de cima do ginásio?
- Quantas bicicletas existiam na imagem?
Avalie como sua memória se saiu.
Após meia hora, repita o exercício com as perguntas abaixo:
- Qual a cor do carro que aparece na cena?
- Qual o nome do mercado?
- Quantos cachorros aparecem na imagem?
Como você se saiu? Esse exercício é de atenção. A atenção ajuda a reforçar a memória. Quanto mais atentos estivermos, mais facilmente nos lembramos.
Outra forma de realizar esse exercício e, até mesmo, inseri-lo no dia a dia é visualizar uma pintura, uma vitrine ou paisagem, por cerca de 30 segundos; após esse tempo, virar-se de costas e anotar todos os detalhes que conseguiu recordar.
Lá vai mais uma dica: A exposição virtual Alzheimer tem diversas obras incríveis que ajudariam bastante nesse exercício, vale a pena conferir.
E que tal continuar se exercitando com um jogo da memória com essas obras?
Lembre-se, quanto mais treinamos, mais a nossa atenção e nossa memória melhoram o desempenho!
Agora é com você! Depois, corre nas nossas mídias sociais e conta pra gente como você se saiu e se possui outro exercício para compartilhar conosco 😉
Para saber mais:
Saúde mental – SUS: O que é? Leia mais no PenseSUS | Fiocruz
Exercícios para a Memória – Memorização (memorizacao.info)
Estimular o cérebro não evita Alzheimer, mas retarda os sintomas da doença | VEJA (abril.com.br)
21 exercícios de neuróbica que deixam o cérebro afiado
Exercícios para “malhar” o cérebro
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