E para comemorar, criamos a série #ÉFestaNaCasa, que homenageia algumas personalidades que fizeram parte da nossa história. A cada mês, um cientista, artista ou personagem nos conta sua trajetória e a relação com a Casa da Ciência.
Se liga nos grandes momentos que foram publicados e saboreie a leitura!
Juliano Moreira foi o primeiro a chegar!
Sou Juliano Moreira e tenho uma relação com a edificação da Casa de quase um século. Mas, antes de contar nossa história, vou me apresentar.
Muitos não sabem, mas sou baiano. Minha mãe, descendente de escravizados, trabalhava como doméstica na casa de um dos diretores da Faculdade de Medicina da Bahia. Foi lá onde me formei, ainda aos 18 anos.
De 1903 a 1930, fui diretor do Hospício Nacional de Alienados, hoje Palácio Universitário da UFRJ, na Praia Vermelha, onde promovi uma grande reforma. Sempre acreditei que os pacientes psiquiátricos deveriam ser tratados como outros pacientes (é usuário que se chama hoje em dia, né?) e lutei pela humanização dos sanatórios. Há quem diga até que eu sou o pai da psiquiatria brasileira, veja só!
E o que isso tem a ver com a Casa da Ciência? Bem, em 1925, participei da inauguração de um sanatório do Hospício Nacional para as nossas usuárias tuberculosas: o Pavilhão Alaor Prata. Nem em meus maiores sonhos poderia imaginar que esta edificação se tornaria um centro de cultura e ciência que é referência no Brasil. E é por isso que quero ser o primeiro a chegar na festa!
Já estou abrindo a Casa para os convidados que vão chegar ao longo do ano, porque, em 2020 #ÉFestaNaCasa.
Marie Curie, sempre pioneira, veio logo festejar!
Uau! Depois de pegar carona no 14-Bis com Santos Dumont e Einstein, não é que cheguei a tempo de comemorar não só os 25 anos da Casa, mas também o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência? Brincadeiras à parte… Se você não sabe quem sou, vou me apresentar: meu nome é Marie Curie e fui uma mulher pioneira em minha área. Quer saber minha história?
Sou polonesa, mas, no fim do século XIX, não era permitido que mulheres estudassem em universidades em meu país. Por isso, me mudei para Paris ainda jovem para estudar física e matemática. Em minha carreira, acumulei grandes conquistas: fui a primeira mulher no mundo a receber um Prêmio Nobel, em 1903. E ainda por cima na área de física, pelos estudos com radiação.
Mas esse não foi meu único grande feito. A descoberta da radioatividade e dos elementos químicos rádio e polônio é considerada a minha maior contribuição para a ciência. Pelas pesquisas com o rádio, recebi o Prêmio Nobel de Química. É isso mesmo! Fui a primeira pessoa a receber duas vezes tal honraria.
Apesar do meu histórico de pioneira, não fui a primeira a chegar nas comemorações dos 25 anos da Casa da Ciência, mas também temos nossa história. Em 2010, fiz parte das publicações Quanta Energia, para professores, e da edição Nuclear, da Revista Ciência para Poetas. Ah! E tive meu lugar reservado no saguão de entrada da exposição Cadê a Química? em 2014. Como é bom ver a ciência sendo divulgada para tanta gente!
Nem 65 milhões de anos impediram Uberabatitan ribeiroi de comemorar!
Oba! É tempo de festa na Casa da Ciência e estou aqui para comemorar junto com os humanos no Dia do Paleontólogo. Venho diretamente da Era dos Dinossauros para celebrar ! Eu me chamo Uberabatitan ribeiroi e sou o maior dinossauro encontrado no Brasil. Agora, vou contar para vocês um pouco da minha história, que já dura cerca de 65 milhões de anos.
Sou brasileiro e vivi no município de Uberaba, Minas Gerais durante o período Cretáceo. Meu nome, Uberabatitan, é uma referência à minha cidade natal, Uberaba, junto com a palavra titan, que, em grego, também significa gigante. O sobrenome, ribeiroi, é uma homenagem a Luiz Carlos Borges Ribeiro, responsável pelo Centro Paleontológico Price e Museu dos Dinossauros. Sou muito importante para a ciência por possuir até 3,5 metros de altura, 15 a 20 de comprimento e pesar em torno de 12 a 16 toneladas, bem mais do que outros fósseis que viveram no Brasil.
Fui encontrado em uma escavação muito importante, que ocorreu de 2004 a 2006, próximo à minha cidade, contribuindo bastante para o entendimento de alguns aspectos do período em que aqui estive. Também fui o último dinossauro brasileiro a ser encontrado por pesquisadores, legal, não é mesmo?
E a minha relação com a Casa da Ciência? Bom, a minha grande estreia, depois de encontrado, foi aqui na Casa! A réplica do meu esqueleto esteve em exposição, de setembro a outubro de 2008, em uma mostra que levou meu nome e contou toda a minha trajetória. Adorei fazer parte dessa história e estou animado para festejar com essas outras personalidades tão incríveis e importantes para a ciência!
Santos Dumont, mesmo durante a pandemia, não deixou de recordar!
Olá, meu nome é Alberto Santos Dumont, acredito que você já deve ter ouvido falar de mim! Fui um inventor e sou considerado o Pai da Aviação. Assim como você, que hoje está trabalhando de casa neste período de pandemia, no início do século XX eu já fazia home office. Hoje, vou contar um pouco da minha história e como faço parte da história da Casa da Ciência.
Sou mineiro, nascido em 1873, e desde pequeno me interessava por mecânica. Meu sonho era criar um aparelho que permitisse ao homem voar controlando seu próprio curso, inspirado nos livros do Julio Verne. Assim, no fim do século XIX, me mudei para Paris, a fim de estudar, e me apaixonei pelo balonismo. Em 1901, ganhei um prêmio do Aeroclube de Paris por levantar voo com meu dirigível n° 6, dar a volta na Torre Eiffel e retornar ao ponto de partida em apenas 30 minutos! Mas acha que parei por aí? Meu feito mais ilustre aconteceu em 12 de novembro de 1906, quando realizei o primeiro voo em um aparelho “mais pesado que o ar”, com o 14-Bis.
Em 1918, de volta ao Brasil, construí uma casa em Petrópolis, no Rio de Janeiro, que batizei de “A Encantada”, projetada para ser pequena e prática. Hoje, talvez a chamassem de “loft”, pois funcionava como biblioteca, escritório e sala de jantar, sem divisória, e minha cama servia como gaveteiro e se transformava em uma escrivaninha! Além disso, naquela época eu já pedia comida por delivery através de uma linha telefônica ligada ao hotel do outro lado da rua.
Faço parte de muitos momentos especiais da Casa da Ciência, como teatro, palestras e até desfile de escola de samba! Em 2002, a peça Dumont, o sonho de um voador, da Cia. Troppa de Fantoches em Cena, foi bem legal! Já em 2004, a Unidos da Tijuca foi vice-campeã do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, com o enredo O sonho da criação e a criação do sonho: a arte da ciência no tempo do impossível, realizado em parceria com a Casa, e eu fui a fantasia de uma ala! No mesmo ano, a peça e exposição Um voo para Santos Dumont, da Cia. Preto no Branco, trouxe mais de 800 visitantes à Casa. E, em 2006, o ciclo de palestras Santos Dumont para poetas comemorou o centenário do voo do 14-Bis.
Nesses 25 anos da Casa da Ciência, tivemos muitos encontros que espero que não parem por aí!
Mesmo com as universidades fechadas, Newton aproveitou para lembrar!
Mesmo com universidades fechadas, a ciência não para! E eu sou a grande prova disso, já que algumas das minhas maiores descobertas aconteceram durante a quarentena da peste bubônica, entre 1665 e 1667. Permitam-me que eu me apresente: sou Isaac Newton e muitos me consideram o pai da Física Clássica. Hoje, quando é comemorado o Dia do Físico, aproveito para lhes contar minha história.
Pra quem não sabe, sou inglês, nasci em uma pequena aldeia chamada Woolsthorpe e, aos 18 anos, deixei minha casa rumo à Universidade de Cambridge. Algum tempo depois, quando a universidade teve de ser fechada devido à epidemia de peste bubônica, tive de voltar para casa. Grandes semelhanças com o momento que vocês estão vivendo, não é mesmo? Mas a boa notícia é que foi nesse período em casa que fiz minhas descobertas mais importantes.
Um belo dia, me perguntei por que a maçã cai e a Lua não… e, então, refletindo sobre isso, em conjunto com outras observações e cálculos, desenvolvi leis que explicam a mecânica terrestre e a celeste, chegando às três leis que levam meu nome. Depois, a minha Teoria da Gravitação Universal mostrou que essas leis se aplicam a ambos os conjuntos de fenômenos.
Em 1667, voltei à universidade com as teorias em mãos e, em dois anos, já era professor. Alguns anos depois, fui eleito para a Royal Society e representei a Universidade de Cambridge no Parlamento, por duas vezes. Durante minha vida acadêmica, contribuí para a área da Filosofia Natural, que abrangia estudos que, hoje, estão separados em áreas específicas, como matemática, astronomia, química, alquimia, óptica e mecânica (entre outros!). Por meus feitos, fui sagrado cavaleiro da coroa britânica, pela Rainha Anne, em 1705, sendo o primeiro cientista a receber tal honraria.
“Mas onde minha história se cruza com os 25 anos da Casa da Ciência?”, você deve estar se perguntando. Acontece que fui tema de palestra no ciclo Luz para Poetas, em 2015. Além disso, um experimento baseado no disco de Newton, aquele dispositivo de demonstração da composição de cores, fez parte da exposição Descubra e Divirta-se, que teve três edições, nos anos de 1998, 2005, e 2016. Você sabia que o disco leva meu nome devido à minha descoberta de que a luz branca do Sol é composta pelas cores do arco-íris? Pois é! Foram tantas descobertas… E imaginar que tudo começou durante meu isolamento social!
E a Fayga não conseguiu parar de pensar em sua visita à Casa!
Olá! Me chamo Fayga Ostrower! No mês em que a Casa da Ciência completa seus 25 anos, estou aqui para contar um pouco da minha história como artista plástica, teórica da arte e professora. Ainda me lembro do dia em que estive presente nessa linda Casa. Quer saber como aconteceu?
Apesar de ser brasileira naturalizada, nasci na Polônia, em 1920. Minha família, de origem judia, se mudou para o Rio de Janeiro, fugindo do nazismo, e, aqui, na Cidade Maravilhosa, comecei a estudar artes gráficas. Sempre gostei de trabalhar com ilustrações de livros, e ilustrei, por conta própria, títulos como “O cortiço”, de Aluísio Azevedo, e “Histórias incompletas”, de Graciliano Ramos.
Ao longo de minha vida, realizei inúmeras exposições, como gravadora, pintora, desenhista e ilustradora, escrevi vários livros, artigos e ensaios e acumulei prêmios pela minha obra. Meu livro “A sensibilidade do intelecto: visões paralelas de espaço e tempo na arte e na ciência” recebeu o prêmio Jabuti, um dos mais importantes da literatura brasileira.
A partir de 1950, elaborei uma metodologia de ensino sobre arte e passei a lecionar em universidades, além de ministrar cursos para operários em centros comunitários e realizar palestras sobre a criação artística, em diferentes instituições, no Brasil e no exterior. Também trabalhei com estamparia de tecidos.
Em 1999, participei do primeiro ciclo de palestras do Ciência para Poetas aqui na Casa! Foi um debate animado sobre Ciência, Arte e Cultura, com pessoas de diversas áreas, no evento Física para Poetas. Uma experiência incrível!
Não poderia estar mais orgulhosa de ver essa Casa, que conheci há duas décadas, completando 25 anos ainda cheia de vitalidade e com muito amor pela arte e pela ciência. Desejo um feliz aniversário!
Quer saber um pouco mais da minha história? Visite o site do Instituto Fayga Ostrower através do link: https://faygaostrower.org.br/
Einstein viajou no tempo-espaço para celebrar!
Uau, essa viagem no tempo-espaço me deixou um pouco zonzo! Mas cheguei logo à festa dos 25 anos da Casa da Ciência e também para comemorar o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico! Perdão se não me apresentei: me chamo Albert Einstein e, modéstia à parte, você deve ter ouvido falar de mim. Imagine que, no início do século XX, visitei a instituição que, décadas depois, daria lugar ao campus da Praia Vermelha da UFRJ?! Por isso, eu e a Casa temos muita história para contar!
Para quem não sabe, conto: nasci na Alemanha e me formei físico pela Escola Politécnica de Zurique, na Suíça. Em 1905, publiquei cinco trabalhos revolucionários para a ciência. Mas a fama e o reconhecimento mundial aconteceram após um evento astronômico, em 1919: o eclipse solar total, que pôde ser observado e documentado por cientistas, em Sobral, no Ceará, comprovando a minha Teoria da Relatividade Geral. Como disse uma vez: “A questão que minha mente formulou foi respondida pelo radiante céu do Brasil”!
E, para minha alegria, consegui visitar o país, em 1925. No Rio de Janeiro, me encantei com o Pão de Açúcar, o Corcovado, o Jardim Botânico… Também estive em instituições, como o Museu Nacional, o Instituto Oswaldo Cruz (que se tornou Fundação) e o Observatório Nacional. Em uma dessas visitas, fui apresentado a Juliano Moreira, diretor do Hospício Nacional dos Alienados. E, assim, conheci o local que hoje é o campus da Praia Vermelha da UFRJ, endereço da Casa da Ciência. Legal, né?
Mas a nossa história não para por aí! Em 2004, veja só, fiz parte do desfile da Unidos da Tijuca, realizado em parceria com a Casa da Ciência. No abre-alas (uma incrível máquina do tempo!!), fui representado pelo premiado ator Carlos Palma, que, em 1999 e 2001, também encheu a Casa com muita arte, na peça Einstein, do Núcleo Arte Ciência no Palco. O espetáculo atraiu quase 4 mil pessoas ao espaço mais querido de Botafogo. E, em 2005, Ano Mundial da Física, aconteceu o Einstein para Poetas, com palestras sobre meus estudos para o público da Casa.
Com tantos encontros, não poderia deixar de prestigiar os 25 anos desse Centro Cultural de Ciência e Tecnologia tão amado!
Portinari pintou na área com muita arte e ciência!
Quanta história a Casa da Ciência e eu compartilhamos ao longo de quase 25 anos! Ver a cultura, a beleza e alma brasileira sendo apresentadas a todos os povos é algo que sempre desejei. E, por isso, me orgulho de tantas parcerias. Aproveitando que hoje comemoramos o Dia Nacional da Arte, se você ainda não me conhece, vou me apresentar: sou Candido Portinari, um artista plástico que tem muito orgulho de ser brasileiro.
Nasci em São Paulo e sou filho de imigrantes italianos. Mesmo sendo de origem humilde, desde muito novo já manifestava meu talento como artista. Comecei a pintar aos nove anos e, aos quinze, me mudei para o Rio de Janeiro, para estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Mas foi bem longe de casa, no meu período em Paris, que percebi meu amor pela terra onde nasci. E, assim, decidi retratar o Brasil em minhas telas, com sua história e cultura, seu povo, fauna e flora.
Em meus quadros, gravuras e murais, representei a alma brasileira. Pintei a pobreza, as dificuldades e a dor em cores fortes, mas também pincelei o ser humano em situações de ternura , solidariedade e paz. Minhas obras e minha atuação política e cultural no Brasil me renderam reconhecimento dentro e fora do país, onde recebi convites de diversas instituições culturais, políticas e religiosas, para realização de exposições e criação de obras. Também ganhei prêmios e honrarias em todo o mundo, mas nenhum deles se compara ao carinho que recebi do povo brasileiro, tão orgulhoso de meu trabalho.
Os painéis Guerra e Paz, que criei para a sede da ONU, na década de 1950, são alguns dos trabalhos que me ligam à Casa da Ciência. No ano de 2012, durante as comemorações do Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento, a Casa realizou atividades inspiradas em minha obra, incluindo o plantio de uma muda de Ipê no jardim, com a ajuda de meu filho João Candido. Mas a parceria entre a Casa e o Projeto Portinari, que tem a coordenação de arte-educação de Suely Avellar, não acaba por aí. Em 2003, a exposição Portinari nos ateliês do samba mostrou o processo de pesquisa, criação e produção do desfile da escola de samba Paraíso do Tuiuti, que me escolheu como enredo daquele ano. E as exposições O Brasil de Portinari, em 1999, e Portinari – arte e meio ambiente, em 2012 e 2018, também encantaram alunos, professores e todos que vieram conhecer as réplicas digitais de minhas telas e participar de oficinas, com muita arte e ciência, relacionando minhas obras a conceitos de óptica, luz, perspectiva e mistura de cores.
Assim como meu amor pelo Brasil, meu carinho pela história da Casa da Ciência é gigante!
Quer saber um pouco mais da minha história? Visite o site do Projeto Portinari.
A Borboleta-Azul voou a tempo de comemorar!
Não é que voei a tempo de comemorar o Dia do Biólogo, no lindo jardim da Casa da Ciência? Pois é! Hoje é dia do profissional que estuda os seres vivos, nossas interações e coloca nomes incríveis na gente também! Meu nome, por exemplo, é Morpho e sou da ordem dos Lepidópteros, mas pode me chamar de Borboleta-Azul! Imagina só quanta ciência existe em minha vida e o quanto já fiz parte da história dessa Casa!
Todo mundo muda da infância para a vida adulta. Mas já viu alguém mudar como eu??? A vida de uma borboleta tem quatro fases: ovo, larva, pupa e adulta. E assim aconteceu comigo. Minha mãe me colocou, ainda ovinho, em uma folha e, de lá, nasci como uma lagarta, alguns dias depois. Comi, comi e comi todas as folhas que pude, até que minhas reservas de nutrientes e água estivessem cheias e eu pudesse entrar na próxima fase de minha vida. Foi quando meu corpinho virou um casulo e assim eu fiquei, por semanas, imóvel, até estar pronta e me tornar uma borboleta adulta, com grandes e belas asas! Essa é minha fase favorita, quando eu posso voar, me reproduzir e me alimentar de néctar de flores e frutinhas em decomposição. Uma grande mudança, não é mesmo?
Sabe onde passei por algumas dessas transformações? Bem aqui, na Casa da Ciência, que está fazendo 25 anos de muitas exposições e atividades! E eu estive presente em várias delas! Minha estreia foi na exposição Baratas & Afins: o notável mundo dos insetos, de 2003, ao lado de mariposas, piolhos, joaninhas, besouros… Mas tive meu destaque: a grande surpresa era o borboletário instalado no jardim da Casa, com cerca de 35 borboletas vivas, que encantaram um público de mais de 28 mil visitantes. E, no berçário, eles puderam observar nossa metamorfose. Também participei das exposições Sensações do passado geológico da Terra, em 2011, e Biodiversidade e saúde, de 2019, que tinha o móbile de borboletas azuis: o coletivo Panapanã mais lindo desse planeta! Ah, e como me diverti nos eventos do Ciência para curtir e #partiuférias, nesse mesmo ano de 2019!! Brincar de esconde-esconde com as crianças foi demais!
Quanta história pra contar… Obrigada, Casa da Ciência, por sempre me acolher tão bem!
Saudade de mexer o esqueleto na Casa, né, galerinha?
Hoje é o Dia das Crianças!! E, nessa data tão animada, eu não poderia deixar de aparecer remexendo os ossinhos! Meu nome é Esqueleto Sabichão e vim contar como já fiz a festa entre a criançada na Casa da Ciência. E tem mais!! Também quero comemorar o aniversário desse lugar incrível! É tanto carinho que meus ossos batem de alegria!
Se ainda não sabe, sou um conjunto de ossos e cartilagens essencial para o funcionamento do corpo humano. Além de dar sustentação e possibilitar os movimentos, protejo órgãos internos, como pulmão, coração e cérebro, e funciono como local de armazenamento de sais minerais. E sabia que seu sangue nasce dentro de mim? Isso mesmo, sou tipo uma fábrica de sangue! E, para realizar tantas funções, é preciso um batalhão! Assim, o sistema esquelético dos adultos possui 206 ossos, divididos entre membros superiores e inferiores, crânio, coluna e costelas, além de um osso hioide, no pescoço, e um osso esterno, no tórax. É osso, viu?! Imagina, então, que o esqueleto de uma criança tem, em média, 70 ossos a mais! E eles não desaparecem ou se destroem, apenas se fundem, com o crescimento. Por isso, os bebês bem novinhos têm partes da cabeça molinhas. Como o cérebro precisa crescer, alguns ossinhos do crânio ainda não se uniram completamente. Muito legal, né?!
E mais legal ainda foi participar, aqui na Casa, da “Aventura pelo corpo humano”, em 2019, uma exposição desenvolvida pelo Museu da Vida, em parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ. Quem embarcou nessa divertida viagem, descobriu como o corpo funciona por dentro! Dava pra atravessar um nariz gigante, montar um quebra-cabeça 3D com réplicas de órgãos em tamanho real, dançar e mexer o esqueleto com o videogame… E a galera podia tirar uma selfie comigo, uma verdadeira celebridade! A exposição fez tanto sucesso entre a garotada que as filas viravam o quarteirão! Foram mais de 30 mil visitantes, em dois meses. Ah, e as oficinas tiveram repeteco no evento “Ciência para curtir”. Demais!
Se me perguntar, em uma escala de 0 a 10, o quanto eu amo a Casa da Ciência, mostro todas as minhas falanges, meus ossinhos da mão, porque não há outra resposta: sou só amor por essa Casa!
A primeira expedição com a Casa… Darwin não esquece!
“A viagem no Beagle foi o acontecimento mais importante da minha vida e determinou toda a minha carreira”. E relembrar minha passagem pelo estado do Rio de Janeiro, no Brasil, com a Casa da Ciência, é uma grande honra! Sou Charles Darwin, um naturalista do século XIX e, depois de uma viagem pelo mundo, observando a diversidade dos seres vivos, publiquei o livro “A origem das espécies”, que, hoje, 24 de novembro, completa 161 anos de lançamento!
Nasci em 1809, na pequena cidade de Shrewsbury, na Inglaterra. Fui um menino muito curioso que, desde cedo, amava colecionar plantas e animais. E sabe aquele sonho de dar a volta ao mundo que muitos têm?! Pois, aos 22 anos, ainda sem essa barba toda, embarquei a bordo do navio Beagle, para viajar pela América do Sul, Austrália, Nova Zelândia e África. “Sempre senti que devo à viagem o primeiro treinamento ou educação real da minha mente. Tudo sobre o que eu pensava ou lia era relacionado ao que eu vira e veria…”.
Para os amantes de “planners”, escrevi um diário de dar inveja, contando tudo o que vivi e as espécies que conheci! No Brasil, fiquei maravilhado com tanta diversidade! E no Rio de Janeiro… Ah, o Rio! “Sua paisagem é magnífica e melhora à medida que vai sendo conhecida”. Em 1832, além de visitar a capital, estive em Araruama, Cabo Frio, Casimiro de Abreu (Barra de São João), Conceição de Macabu, Itaboraí, Macaé, Maricá, Niterói, Rio Bonito, São Pedro da Aldeia e Saquarema.
E veja só que incrível: esse percurso pelo estado do Rio foi refeito, em 2008, na expedição Caminhos de Darwin, organizada pela Casa da Ciência da UFRJ, Caminhos Geológicos/DRM, Ministério da Ciência e Tecnologia e diversas instituições, para comemorar os 150 anos do meu livro e da Teoria da Evolução das Espécies pela Seleção Natural, que desenvolvi com Alfred Wallace, em 1858. Durante esse roteiro turístico científico, que durou quatro dias, ocorreram palestras, peças de teatro, exposições, instalação de placas comemorativas e outras atividades, com a participação dos moradores das 12 cidades, cientistas, jornalistas, professores, alunos e muito mais, reunindo quase 4 mil pessoas! Até meu tataraneto Randal Keynes fez parte dessa expedição tão especial! Ah, em 2009, o projeto criou a Semana Intermunicipal de Darwin, para acontecer, anualmente, em novembro.
Assim como todas as espécies de seres vivos, a Casa da Ciência evoluiu muito nos seus 25 anos, mas o objetivo de popularizar a ciência nunca mudou! Por isso, ao pensar nela, repito minhas palavras quando embarquei no Rio de Janeiro: “Mal posso esperar o grande prazer de passar algumas semanas neste lugar muitíssimo calmo e belo”. Que venham mais 25, 50, 100 anos para a Casa!