Pra que serve mesmo um Pavilhão de Observação?

Arte com duas fotos: a da direita é um documento com a seguinte legenda na lateral:  "Guia de internação do Pavilhão de Observação, Acervo do IMASNS. A outra foto é maior, em preto e branco, e vê-se um caminho grande na frente de três prédios, um ao lado do outro. O prédio do meio tem uma escadaria, duas árvores pequenas na frente e à direita, outras duas menores na esquerda, atrás aparece parte de um morro, abaixo, a legenda da foto: "Pavilhão de Observação do Hospício Nacional de Alienados (s/d), Acervo Philippe Pinel". À direita e acima da foto maior, tem duas circunferências com ilustrações: uma com fundo laranja e um cérebro em branco e a outra de fundo verde com uma lupa em branco.
Primeira imagem a direita: Guia de internação do Pavilhão de  Observação,  Acervo do  IMASNS. Segunda imagem a esquerda: Pavilhão de Observação do Hospício Nacional de Alienados (s/d), Acervo Philippe Pinel.

Observar é ou não um princípio científico?

Com a Proclamação da República (1889), D. Pedro II foi forçado a voltar para Portugal, e um dos primeiros atos do novo governo de Deodoro da Fonseca foi retirar o Hospício de Pedro II da direção da Santa Casa da Misericórdia, em janeiro de 1890. Ah, como já dissemos antes, também mudaram o nome para Hospício Nacional de Alienados. Nesse período, o hospício da Praia Vermelha não só mudou de nome, como também passou por outras inovações. Uma delas foi a criação do Pavilhão de Observação, em 1892, a cargo do médico responsável pela clínica psiquiátrica e de moléstias nervosas da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (FMRJ). A ideia era que fosse um lugar de ensino/aprendizagem e uma porta de entrada para os doentes pobres passarem por exames laboratoriais, testes e avaliações clínicas, antes de serem internados no hospício. O pavilhão recebeu os primeiros pacientes em 1894. O doente podia ficar em observação por até 15 dias. Em casos excepcionais, por interesse científico, podia ficar retido por mais tempo. Depois disso, era internado para ser tratado no hospício ou liberado para voltar para casa. Observar é preciso ou não?

Arte com duas fotos: a da direita é um documento com a seguinte legenda na lateral:  "Guia de internação do Pavilhão de Observação, Acervo do IMASNS. A outra foto é maior, em preto e branco, e vê-se um caminho grande na frente de três prédios, um ao lado do outro. O prédio do meio tem uma escadaria, duas árvores pequenas na frente e à direita, outras duas menores na esquerda, atrás aparece parte de um morro, abaixo, a legenda da foto: "Pavilhão de Observação do Hospício Nacional de Alienados (s/d), Acervo Philippe Pinel". À direita e acima da foto maior, tem duas circunferências com ilustrações: uma com fundo laranja e um cérebro em branco e a outra de fundo verde com uma lupa em branco. Acima das fotos, lê-se a pergunta: "Pra que serve mesmo um Pavilhão de Observação?". Abaixo das fotos, lê-se: "O Pavilhão de Observação, inaugurado em 1894, anexo ao Hospício Nacional de Alienados, recebia os pacientes pobres (chamados de indigentes) “suspeitos de alienação”, quer dizer, de serem loucos, para passar por exames médicos antes de serem internados no hospício. Entendeu? Não!?". À direita do texto, uma circunferência com fundo azul e o selo de 25 anos da Casa da Ciência. Abaixo e à direita, o logotipo da Casa da Ciência da UFRJ.

Aguarde mais histórias na próxima segunda-feira e aproveite para pesquisar nossos posts anteriores… Essa história tem tudo a ver com a Casa da Ciência da UFRJ.

Veja a mostra virtual:

“Hospício de Pedro II: da construção à desconstrução”, do Centro Cultural do Ministério da Saúde (CCMS), no site http://www.ccms.saude.gov.br/hospicio/index.php

Pesquise:

Os delírios da razão: médicos, loucos e hospícios. Rio de Janeiro, 1830-1930 (Magali G. Engel, 2001).

Suspeitos em observação nas redes da psiquiatria: o Pavilhão de Observações, 1894-1930. (Cristiana Facchinetti; Allister T. Dias; Pedro F. Neves Muñoz, 2011).

Ciência psiquiátrica e política assistencial: a criação do Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil (Ana Teresa A. Venancio, 2003).

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