No início século XX, o Hospício Nacional foi denunciado nos jornais por corrupção, excesso de doentes, falta de higiene, doenças contagiosas etc. Um horror! Essas denúncias contribuíram para gerar várias mudanças. Assim, em 1903, o jovem psiquiatra Juliano Moreira assumiu a direção do hospício e a missão de melhorar a assistência aos loucos ali internados.
O Dr. Moreira tinha recém chegado da Europa, onde fez cursos com grandes nomes da medicina mental e visitou instituições psiquiátricas em diversos países, como: Inglaterra, Alemanha, França, Itália etc. Contudo, seu projeto de renovação do hospício da Praia Vermelha foi inspirado nas ideias do cientista alemão Emil Kraepelin e da sua clínica psiquiátrica (em Berlim).
Logo, o hospício virou um canteiro de obras, com reparos e pintura geral em todas as alas do palácio e novas instalações – sala de cirurgia, laboratórios, salas de visita, bibliotecas, uma seção de hidroterapia, uma cozinha a vapor; uma usina elétrica etc. Ufa! Quanta coisa! Claro que ele contou com muita ajuda.
No próximo post, contaremos sobre a visita de Olavo Bilac ao hospício e o que ele achou dessas mudanças. Siga nossos posts históricos toda segunda-feira. Até breve!
Saiba mais!
https://cenpah.wordpress.com/2010/09/16/juliano-moreira-um-psiquiatra-negro-frente-ao-racismo-cientifico/
http://www.dichistoriasaude.coc.fiocruz.br/iah/pt/verbetes/morjul.htm
Para ver!
O médico negro que se opôs ao racismo científico: Juliano Moreira
Bibliografia
Juliano Moreira. O Mestre. A Instituição (Estenio Iriart El-Bainy, 2007).
Emil Kraepelin na ciência psiquiátrica do Rio de Janeiro, 1903-1933 (Cristiana Facchinetti; Pedro F. Neves de Muñoz, 2013).
As faces de Juliano Moreira: luzes e sombras sobre seu acervo pessoal e suas publicações (Ana Teresa A. Venancio (2005).
Juliano Moreira: notas sobre sua vida e sua obra (William A. Dunningham, 2008).